Escrileituras do pipa: Masculinidades em xeque

Parte de Escrevivências da educação física cultural - Vol. 4 . páginas 268 - 284

Resumo

O vento no encontro com o pipa fê-lo rapidamente subir. A menina puxou e percebeu a força do vento. O início da tematização. Foi  quando percebi que o olhar do garoto brilhou ao tocar no assunto. Ele compartilhou sua maneira, o jeito que a prática atravessa sua vida e como fica feliz quando empina sua jerequetinha. No interior da EMEF Anna Silveira Pedreira algumas coisas aconteciam no segundo semestre de 2022. Os debates em torno da vida de estudantes com deficiência intelectual causavam um certo incômodo porque identificávamos um processo de exclusão em curso. Diante disso, sentamos para conversar sobre as dificuldades do cotidiano Naquela tarde, no horário de formação, pontuamos a necessidade de compartilhar experiências que pudessem potencializar a vida desses sujeitos e, a partir daí, retomar os caminhos com a contribuição de cada componente curricular. Sensível ao movimento, percebi em minhas andanças que no entorno da escola o pipa é vivenciado diariamente. A própria escola fica localizada geograficamente no alto de um morro, e ao lado há um espaço de mata que possibilita às pessoas empinarem pipas. A prática é realizada todos os dias do ano. Nos finais de tarde eu percebo diferentes grupos empinando, quando as pessoas chegam do trabalho e se entregam à diversão. É possível identificar em suas camisetas o nome das equipes e acompanhar nas redes sociais a maneira como se organizam.