Resumo

As sociabilidades expressas em nosso cotidiano relacional com sujeitos direcionam ações que requerem o “reconhecimento” de diversidades de conhecimento, comportamento e relações. Discutir sobre gênero e sexualidade nos espaços escolares é um empreendimento que requer compreensão sobre referenciais discursivos que materializam corpos e demarcam lugares circunscritos e definidos, pois o processo de naturalização de condutas e categorizações estabelece a propagação de uma “essência” que não é real, mas uma construção social e histórica que se consolida por intermédio das relações hierarquizadas de poder. As diversas temporalidades das discussões sobre as produções de gênero no processo de socialização, em nossa sociedade ocidental, estão em dinâmicas que convocam os debates nos espaços de relações sociais, especialmente em educação. A educação física escolar por se localizar nesses espaços de disputas de “educação de corpos”, que está sendo a educação formal, não se distancia dos debates sobre as construções e produções de gêneros em seu cotidiano. As corporalidades produzidas performaticamente (BUTLER, 2003) compõem os espaços de ensinos2 da educação física escolar. Assim, falar de educação física é falar sobre usos de corpos e problematizar como este corpo é construído e reconhecido nas relações sociais, as quais demarcam como referência os gêneros e/ou sexualidades. Butler (2003) ao apontar que tanto as concepções de sexo, como algo dado/puro/natural, e as de gênero, como elemento marcado pela cultura, são construtos sociais, localiza tanto sexo quanto gênero como performativos. Trabalhando com a concepção de performatividade (fazer/existir); assim, apresenta gênero como uma construção constante e infindável de atos que são reconhecidos inteligíveis 3 quando em conformidade com a norma ou que são desprezados/ridicularizados/abjetos quando não.

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