Resumo

A presente tese apresenta como objetivo investigar a relação entre esporte e masculinidade, com base na prática corporal do rugby e na constituição das identidades masculinas e das corporeidades de homens jogadores. Delineado como uma pesquisa de campo e qualitativa, o estudo contou com amostra composta por 20 homens jogadores de um clube de rugby do Estado do Piauí, com idades entre 18 e 33 anos de idade. Para atender aos objetivos, três instrumentos de coleta de dados e informações foram utilizados: o questionário sociodemográfico, a observação direta e o grupo focal. Como método de análise das informações, utilizou-se a análise de conteúdo categorial temática, a qual foi executada com o apoio do software de análise qualitativa NVivo Pro® 12. Destacaram-se como elementos participantes do processo de constituição das corporeidades e masculinidades dos jogadores de rugby: o movimento feminista, o dispositivo da sexualidade, a família, o Estado, o trabalho, a Escola, a classe socioeconômica, a cor/raça e o esporte. As corporeidades e masculinidades dos jogadores participantes são constituídas pelos seguintes aspectos: ancoragem na musculatura; competitividade; resiliência à dor e ao sacrifício corporal; obediência à hierarquia; disciplina; controle emocional; vaidade; homofobia; noção de superioridade do corpo masculino. Esses elementos demonstram que a dupla atuação do rugby como ferramenta de correção de masculinidades dissonantes do modelo hegemônico, e como palco de fissuras no código das estruturas normativas.

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