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O Ministério do Esporte reservou R$ 7 MILHÕES para preparar as equipes olímpica e paraolímpica aos Jogos de Tóquio, em 2020.

Serão R$ 583 mil por mês, em média, para os atletas da base, os de alto rendimento, a equipe olímpica e a paraolímpica de TODAS as modalidades.

É um dinheiro insignificativo, se comparado aos R$ 6,4 milhões que o mesmo ministério liberou em 2016 para APENAS SEIS modalidades paraolímpicas, na reta final da preparação aos Jogos do Rio.

ENQUANTO ISSO...

O Ministério do Esporte repassa de R$ 7,5 MILHÕES, em parcelas, à Confederação Brasileira de Desportos Universitários, para disputar a Universíade em Taipei. Com 180 atletas, ganhamos 12 medalhas e terminamos em 28º lugar. Fomos 23º em 2015...

Ou seja, gasta-se mais com uma delegação à Universíade, viagem de 15 dias, do que com a preparação das equipes olímpicas e paraolímpicas em uma temporada inteira... São orçamentos distintos, claro, um deste ano, outro para 2018. Mas a filosofia do “negócio” esporte...

Mais:

O mesmo ministério continua pagando prestações do convênio de R$ 7,2 MILHÕES, firmado em 2014 com a Unesco, para “implementar” projeto de controle e combate à dopagem”. E que resultados práticos essa parceria com a Unesco representará na redução do doping no Brasil? Se o convênio é de 2014 já há relatórios sobre os efeitos positivos desse maravilhoso investimento?

Diante disso, insisto:

1. Compete ao Estado financiar o riquíssimo esporte de alto rendimento?

2. O que significam os desportos escolar e o universitário no contexto da educação e da cultura esportiva nacionais?

3. Tudo isso reforça a tese de que o problema maior não é o COB. Sem esquecê-lo, porque lá há problemas, sim, é preciso reconhecer que os desmandos começam na cadeira ministerial, atualmente ocupada por Leonardo Picciani, um deputado agropecuarista que nas horas de folga pratica o ciclismo em bike de luxo. E o Ministério é o principal financiador do esporte, reduto de farta e variada corrupção ao longo de mais de uma década... Qual atleta discursa 
sobre isso?

FINALMENTE:

O ministro do Esporte de ocasião chama-se Leonardo Picciani. Trata-se de um deputado “agropecuarista”, ou seja, entende de boi e plantações, mas dirige o esporte em nome do governo federal. Não é uma beleza?

Mas, para quem já teve um, George Hilton, que não entendia de esporte, mas de gente...

Um Agnelo Queiroz, que já esteve preso acusado de corrupção nas obras do estádio Mané Garrincha...

Um Orlando Silva, que fechou os olhos à corrupção nos negócio$ do Ministério e, assim, elegeu-se do deputado federal...

E por aí vai.

Afinal, para quê Ministério do Esporte, se ali é cabide de emprego do PMDB ou do partido que se ajoelha diante do presidente de plantão?