Resumo


Este trabalho focaliza o basquete a partir de duas questõesnorteadoras. A primeira compreende os contextos sincrônicoe histórico do basquete; a outra analisa os objetivos e açõesque mobilizaram a Central Única das Favelas, com atenção nafundação e sua trajetória, do Street Basket das Favelas, em2005, à competição Taça das Favelas, em 2011, considerando odesenvolvimento do projeto em territórios pacificados e nãopacificados. O estudo aponta para o caráter elitista do basquetebol,visto que no Brasil iniciou-se por intermédio de instituições que secaracterizavam como pertencentes à elite. Os ideários higienista eeugenista estiveram presentes na introdução dos esportes no país,principalmente, como um savoir faire, um estilo de vida. Nessecontexto o racismo é evidenciado quando, principalmente osnegros se viram impossibilitados de praticar o basquetebol, pois,diferentemente do futebol, não havia espaços fora das associações,clubes e colégios da elite. O trabalho destaca a questão de gênero,pois os registros iniciais apontam a não adaptação dos homens aoesporte, com alegação de falta de agressividade, restrições ao usoda força e contato físico à delicadeza do gesto do arremesso. Asprimeiras publicações sobre o basquetebol no Brasil indicam queforam dedicadas exclusivamente às mulheres. O estudo enfatiza acultura hiphop no basquetebol, e a importância da Central Únicade Favelas (CUFA), instituição nascida na periferia do Rio de Janeiroque tem no hiphop sua principal forma de expressão. Não obstante,em 2011 A CUFA Lançou a Taça das Favelas, uma competição defutebol de campo entre 80 seleções, com jovens moradores dasfavelas do Rio de Janeiro com o objetivo de integrar esses jovens pormeio do esporte e, descobrir talentos para a prática, considerandoque os grandes gênios do futebol mundial vêm exatamente dessesterritórios. Resta saber, se a CUFA manterá suas atividades na áreado basquete de rua ou investirá seus esforços no futebol.
 

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