Resumo

Este estudo objetivou avaliar o estilo de vida de indivíduos portadores do vírus HIV ou soropositivos. A amostra final foi constituída de 111 soropositivos (erro amostral de 8%). Foram 68 homens e 43 mulheres, com média de idade de 37,04 anos (DP = 7,47), e que voluntariamente aceitaram fazer parte do estudo. Os dados foram coletados através de um roteiro de entrevista, no período de outubro a dezembro de 2002, contendo as seguintes informações: a)sociodemográficas; c) clínicas de saúde e antropométricas; d) estilo de vida (Perfil do Estilo de Vida Individual) e e) nível de atividade física habitual (IPAQ-8). Na análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSSvers ão 10.0 e adotou-se um nível de significância de 5%. Destacaram-se as características sociodemográficas: 71,1% possuíam fonte de renda, sendo que 47,8% eram economicamente ativos; prevaleceram as profissões que caracterizavam um tipo de trabalho ativo, 55,9% pertenciam a famílias pequenas (com até 3 pessoas), mais da metade não era chefe da família (54,1%), estado civil solteiro/a, viúvo/a, separado/a ou divorciada/a (53,2%) com mais de oito anos de estudo formal (56,8%), e com renda familiar inferior ou até R$ 300,00 (50,4%). O tempo médio de soropositividade informado pelos pacientes foi de 5,6 anos (DP = 4,4). Dentre as categorias de exposição ao vírus HIV, destacaram-se: a heterossexual (48,7%) e a UDI (26,1%). A contagem do número de linfócitos T CD4+ apresentou uma média de 345,3 cél/mm3. O valor médio para carga viral foi de 38876,49 cópias/ml. Em torno de 80% dos pacientes faziam tratamento com anti-retrovirais e 64% usavam medicamentos profiláticos. Aproximadamente 56,8% dos entrevistados já estiveram hospitalizados devido a uma ou mais infecções oportunistas. Apesar disto, a autopercepção de saúde foi predominantemente boa, muito boa ou excelente (70,3%). Com relação ao índice de massa corporal, 66,7% apresentaram valores dentro da faixa recomendável. Quanto ao estilo de vida, maior proporção de indivíduos (61,3%), tiveram o perfil considerado satisfatório, sendo maior proporção de mulheres (69,8%), do que de homens (55,9%). O comportamento preventivo foi o aspecto mais destacado pelos soropositivos, provavelmente devido à gravidade da doença. Quanto ao nível de atividade física

habitual, maior parte dos indivíduos, foi classificada como ativa ou muito ativa (79,3%). Houve associações estatisticamente significativas (p<0,05) entre a contagem do número de linfócitos T CD4+ igual ou superior a 296 células/mm3 , possuir nível de atividade física habitual classificado como ativo ou muito ativo, estar casado/a ou vivendo com parceiro/a e possuir de 21 a 37 anos de idade. Não foram verificadas associações estatisticamente significativas entre a contagem do número de linfócitos T CD4+ e as variáveis sociodemográficas (sexo, raça, nível de escolaridade e renda familiar).

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