Resumo

Em um texto já clássico, apresentado no colóquio de Cerisy-La-Salle de 1972 sobre Nietzsche, Deleuze indaga o motivo pelo qual não existe uma “escola” nietzschiana. Se considerarmos o grupo quase “sagrado” dos três mestres desmistificadores – Freud, Marx e Nietzsche –, veremos que, em nome dos dois primeiros, instalaram-se escolas e burocracias, mas que nada disso ocorreu no caso do filósofo do eterno retorno. O que há com Nietzsche, que parece impedir que, a partir de seu pensamento, sejam formadas escolas e burocracias, embora mais de um pensador afirme-se ou negue-se “nietzschiano”? Por que muitos pensadores diferentes autodenominam-se “nietzschianos” e por que alguns fazem questão de mostrar “por que não são nietzschianos”? Qual seria – se ela existisse – a “escola” nietzschiana? Quais seriam os seus ensinamentos? Quem seriam os seus mestres?