Resumo

O estudo investigou a associação entre Síndrome Pré-Menstrual (SPM), características de personalidade, perfil de estado de humor e percepção de impacto dos sintomas prémenstruais no desempenho esportivo. Fizeram parte do estudo, 25 atletas de diferentes modalidades esportivas, com idade entre 18 e 49 anos, vinculadas à Secretaria de Esportes do Município de Maringá/PR. Os instrumentos utilizados foram: Ficha de Identificação da Atleta, Ficha de Diagnóstico de SPM, Ficha de Percepção de Impacto dos Sintomas Pré-Menstruais no Desempenho Esportivo, Inventário Fatorial de Personalidade (IFP), Profile of Mood States (POMS) e Diário de Sintomas da SPM, sendo os dois últimos preenchidos durante dois ciclos menstruais. Para análise dos dados utilizou-se os testes: Shapiro-Wilk, Mann-Whitney, Wilcoxon, Friedman, Kruskal- Wallis e exato de Fisher, adotando P<0,05. Verificou-se que a prevalência de SPM estimada de forma retrospectiva foi maior que a estimada através do acompanhamento diário, sendo ambas consideradas altas. Foram encontradas associações significativas entre SPM e volume de treinamento semanal, número de sintomas, sintomas físicos, mastalgia e desconforto abdominal. As atletas com SPM diferiram-se das atletas sem SPM por forte necessidade de desempenho, necessidades fracas de assistência e de intracepção e necessidade muito fraca de mudança e as atletas sem SPM diferiram-se por muito forte necessidade de denegação e necessidades fortes de assistência, de dominância e de persistência. Houve associação significativa entre necessidade de denegação (fraca) e SPM. As atletas com SPM apresentaram valores de último dia do ciclo menstrual (CM) superiores às atletas sem SPM nas dimensões fadiga, raiva e confusão. As atletas sem SPM apresentaram queda na dimensão confusão do 7º dia à última semana do CM e as atletas com SPM tiveram diminuição na dimensão vigor da última semana para o último dia do CM. As atletas sem SPM não apresentaram perfil iceberg em nenhum dos dias devido ao baixo escore na dimensão vigor e as atletas com SPM não apresentaram perfil iceberg principalmente no período pré-menstrual e menstrual, devido aos altos escores nas dimensões fadiga e raiva e baixo escore na dimensão vigor. Grande parte das atletas (80%) relatou impacto dos sintomas prémenstruais no desempenho esportivo, sendo que a maioria se sentiu mais afetada durante os treinamentos do que nas competições. Foi encontrada associação significativa entre percepção de impacto dos sintomas pré-menstruais no desempenho esportivo durante os treinamentos e SPM estimada de forma retrospectiva, e percepção de impacto dos sintomas pré-menstruais no desempenho esportivo durante as competições com SPM estimada pelo acompanhamento diário, volume de treinamento semanal, isolamento e mastalgia. As atletas que sentiram impacto dos sintomas prémenstruais no desempenho esportivo apresentaram maior necessidade de heterossexualidade e de desempenho. Concluiu-se que a SPM desperta necessidades primárias (dor, mal estar) nas atletas que, quando expostas a ambientes de pressão (competições), entram em conflito com outras necessidades secundárias (como desempenho), fazendo com que essas atletas apresentem maior estado de tensão e percebam como negativo o impacto dos sintomas pré-menstruais no desempenho esportivo.

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