Resumo

O presente trabalho relata dois estudos que procuraram investigar a relação entre as formas de ação representativa do objeto e as condições de desempenho motor, apresentadas por crianças com deficiência física e sem rebaixamento intelectual. O primeiro estudo teve como objetivo caracterizar o comportamento da criança deficiente, no aspecto motor funcional e no de uso representativo, apresentado durante o brincar com objetos, procurando-se analisar a influência da idade, situação de brincadeira - solitária ou em interação - e tipo de objeto. No segundo estudo procurou-se relacionar, diretamente, as condições da deficiência física com as formas de uso representativo dos objetos, aumentando o número de sujeitos por faixa etária e realizando o levantamento sistemático de dados referentes às condições físicas. Além disso, buscou-se ampliar as possibilidades de análise das variáveis apontadas no primeiro estudo. Os dados sugeriram que a interferência da deficiência motora, dentro da gama de comprometimentos investigados, não elimina a emergência de ações representativas variadas na interação com objetos, tendo os sujeitos apresentado padrões de atividade do brincar que são relatados na literatura sobre crianças sem deficiência. Discutiu-se o uso do brincar dentro das práticas educacionais e/ou terapêuticas, bem como a necessidade de pesquisas que visem a analisar os efeitos das estratégias de intervenção, não apenas sobre aspectos perceptomotores, mas também sobre progressos específicos do desenvolvimento cognitivo de crianças com deficiência física.

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