Resumo


A carga de doença cardiovascular e de mortalidade atribuída à elevação da pressão arterial estimada pelo estudo Global Burden of Disease 2000 revelou que 7,6 milhões de mortes em todo o mundo foi decorrente de uma pressão sistólica acima de 115 mmHg, o que correspondeu a 14% de todas as mortes no mundo em 2001. Aproximadamente 80% delas ocorreram em países de baixo e médio desenvolvimento e em faixas etárias compreendidas entre 45 e 60 anos de idade, acarretando enormes prejuízos financeiros aos sistemas de saúde em todo o mundo. Outro importante aspecto a ser considerado é que essas taxas de mortalidade estiveram relacionadas a valores de pressão arterial considerados normais (115 mmHg), portanto abaixo dos limites de 140 X 90 mmHg recomendados para intervenção pelas Diretrizes. Em outras palavras, a pressão arterial, o componente de risco mais importante para a carga populacional de morbidade e mortalidade, está fora do alcance das medidas de intervenção. O desafio é enorme. Assim, enquanto as evidências de benefícios de tratamento para indivíduos nessa situação, que representam um contingente excepcional da população geral, não são geradas, a implementação de medidas de prevenção primária em larga escala se torna imperativa e altamente custo-efetiva para frear o avanço dessas doenças. Nesse sentido, as modificações de estilo de vida estão definitivamente comprovadas como eficazes e devem ser estimuladas para a população geral e para os grupos de maior risco. Convém destacar ainda que a faixa etária pediátrica deve ser o alvo para implantação dessas medidas.  

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