Resumo

Objetivo: Avaliar o efeito do exercício de dupla-tarefa em meio aquático sobre a função motora de pacientes com doença de Parkinson avançada (2-3 H&Y). Método: Em um ensaio clínico controlado, 12 pacientes da Neuroclínica do Hospital Universitário Onofre Lopes - UFRN foram distribuídos nos grupos exercício (GE; n=7) e controle (GC; n=5). Os participantes do GE foram expostos à 12 sessões com 30 min de caminhada em água funda com dupla-tarefa, durante 4 semanas. O GC permaneceu em rotina sedentária. A função motora foi avaliada a partir da Escala Unificada da DP – Motor (UPDRS-III), e dos testes de força de membros superiores e inferiores, e de agilidade da bateria Senior Fitness Test (SFT), antes e após a intervenção. A normalidade e a homogeneidade das variâncias foram verificadas através dos testes de Shapiro-Wilk e de Levene, respectivamente. Os dados de capacidade física foram normalizados por transformação logarítmica. As variáveis paramétricas e não paramétricas foram comparadas através do Teste t independente, e do Teste U de Mann-Whitney, também utilizados para a caracterização da amostra. ANOVA mista de medidas repetidas, com post hoc de Bonferroni para comparações entre e intra-grupos das variáveis dependentes. O tamanho do efeito foi calculado pelo eta quadrado parcial (η2p) e pelo d de Cohen. Foi utilizado nível de significância de p<0,05. Resultados: Houve diferença significativa pré pós-intervenção na função motora geral, com um efeito moderado sobre GE em relação ao GC (p>0,001; d=0,44). Uma melhora significativa também foi observada na agilidade e equilíbrio dinâmico (p=0,001), assim como na estabilidade postural (p=0,04) no parametro individual de bradicinesia (p=0,001) dos pacientes expostos ao exercício. Conclusão: O exercício promoveu efeito positivo no desempenho de capacidades neuromotoras envolvidas nos processos degenerativos da DP, importante para a melhor execução de tarefas funcionais como a marcha, precocemente comprometida pela doença.

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