Resumo

O envelhecimento é um processo natural, progressivo e inevitável que afeta todos os seres vivos e é um dos precursores de diversas doenças em humanos. No entanto, há evidências a prática de exercício físico pode tratar e prevenir as doenças associadas ao envelhecimento, como diabetes tipo 2, hipertensão, doença coronariana, etc. Um dos mecanismos que parece estar associado a este positivo efeitos do exercício é a redução do estresse oxidativo (EO), apesar de as evidências iniciais apontarem que o exercício na verdade eleva o EO. Além disso, o EO quando aumentado parece acelerar o envelhecimento. Desta forma, estudos com uma população que pratica exercícios em alto nível e mantém um estilo de vida relativamente saudável, como atletas master (ATM), poderiam dar algum esclarecimento em relação à adaptações de longo prazo do exercício sobre parâmetros de EO e envelhecimento. De forma que, formou-se a hipótese que esta população teria um envelhecimento celular atenuado em comparação a seus pares não-atletas. E dentre os mecanismos responsáveis por isso estaria uma redução do EO. Portanto, esta tese de doutorado foi formada por três artigos. No artigo 1, o objetivo foi de determinar o efeito do exercício físico regular sobre parâmetros de estresse oxidativo em uma revisão sistemática e meta-análise. Uma busca sistemática nas principais bases de dados foi realizada até março de 2016, no qual das 1573 referências encontradas foram incluídos 30 ensaios controlados (1346 participantes), e destes, 19 foram para a análise qualitativa. Após extração dos dados por um protocolo padrão foram feitas análises qualitativas e quantitativas. O escore de qualidade dos artigos incluídos variou de 40 a 90% com uma qualidade média de 55%. Além disso, um modelo de efeitos aleatórios foi aplicado nos dados juntados e pesados de cada ensaio. Exercício físico foi responsável por uma significante redução nos parâmetros pró-oxidantes (diferença média padrão (DMP) -1,08; intervalo de confiança (IC 95%) -1,57 a - 0,58; p < 0,001) e um aumento na capacidade antioxidante (DMP 1,45; CI 95% 0,83 a 2,06; p < 0,001). No artigo 2, o objetivo foi comparar a comprimento de telômeros (CT; um relevante e bem aceito marcador de envelhecimento celular) de ATM de velocidade a um grupo controles não treinados e a relação do CT com gordura corporal e desempenho físico. Onze ATM de velocidade (50 ± 9 anos de idade) e dez controles saudáveis destreinados (45 ± 11 anos de idade) passaram por aferição das medidas de composição corporal, preenchimento de formulários sobre a rotina de exercícios/treinamento, e coleta de seu sangue venoso para análises do CT. Os ATM tiveram CT mais longos que o grupo de controles (p < 0,05), com um grande tamanho de efeito (d = 1,039). Além disso, foi identificada uma significante correlação entre CT e declínio de desempenho (r = -0,624, p < 0,001) e nível de performance atual (r = 0,641, p <0,001). No artigo 3, o objetivo foi comparar o CT, EO e óxido nítrico (NO) de ATM de endurance com jovens destreinados e com um grupo de idade pareada. Dez ATM (52 ± 5 anos de idade; 28 ± 9 anos de experiência no esporte), 17 adultos de meia idade (47 ± 7 anos de idade) e 11 jovens (22 ± 4 anos de idade) foram incluídos. Os voluntários passaram por anamnese, medidas antropométricas e coleta de sangue venoso. As medidas de EO e extração de DNA foram realizadas com kits comerciais.

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