Resumo

Resumo

Introdução: Os efeitos profiláticos e terapêuticos do exercício físico nas doenças cardiovasculares e metabólicas são reconhecidos. Nos últimos dez anos, estudos mostraram a associação do estilo de vida ativo com a prevenção e o tratamento de doenças mentais, bem como a melhoria das funções executivas ao longo da vida. No entanto, problemas metodológicos dificultam o uso da evidência na clínica prática.

Objetivo: Analisar evidências recentes sobre os efeitos do exercício físico para melhoria do desempenho cognitivo, prevenção e tratamento de doenças mentais e respostas afetivas geradas pelo exercício, destacando as lacunas que devem ser preenchidas e os desafios nessa área do conhecimento.

Conclusão: O exercício físico contribui para reduzir os riscos de doença mental e para melhorar a resposta clínica em pacientes com transtornos de humor e ansiedade e doenças neurodegenerativas. A função cognitiva, principalmente funções executivas, tem sido observada em diferentes faixas etárias. As respostas afetivas geradas durante o exercício são influenciadas por vários fatores extrínsecos e intrínsecos e podem contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias de prescrição para aumentar a adesão ao exercício físico. Estudos com maior rigor metodológico e prescrição de exercícios variáveis, como freqüência, duração, intensidade e o tipo de exercício devem ser conduzidos para melhor direcionamento da aplicação prática do conhecimento.

Exercício físico, desempenho cognitivo e saúde mental: perspectivas e desafios

Introdução: O efeito profilático e terapêutico do exercício físico em doenças cardiovasculares e metabólicas é reconhecido. Nos últimos dez anos, estudos mostraram associação entre o estilo de vida ativo e a prevenção e o tratamento de doenças mentais, assim como, a melhora das funções executivas em diferentes faixas etárias. Entretanto, questões metodológicas dificultam a utilização das evidências na prática clínica.

Objetivo: Apresentar as evidências recentes sobre o efeito do exercício físico na melhora do desempenho cognitivo, prevenção e tratamento de doenças mentais e respostas afetivas geradas pelo exercício, destacando lacunas a serem investigadas e desafios nessa área de conhecimento.

Conclusão: O exercício físico contribui para a redução do risco de desenvolvimento de doenças mentais e melhora da resposta clínica de pacientes com transtornos de humor e de ansiedade e doenças neurodegenerativas. A melhora da função cognitiva, em especial as funções executivas, é observada em diferentes faixas etárias. As respostas afetivas geradas durante o exercício são influenciadas por diversos fatores extrínsecos e intrínsecos e podem contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias de prescrição para a melhora da aderência ao exercício físico. Estudos com maior rigor metodológico e maior controle de variáveis de prescrição de exercícios, como frequência, duração, intensidade e tipo de exercício devem ser feitos para o melhor direcionamento da aplicação prática do conhecimento.

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