Resumo

O declínio progressivo do desempenho neuromuscular durante e/ou após o exercício é denominado na literatura como fadiga. Protocolos de treinamento como os de resistência de força, frequentemente reduzem o desempenho neuromuscular imediatamente após as sessões, seguido por uma recuperação com comportamento temporal de horas. Por outro lado, protocolos de força máxima, apesar de também induzirem fadiga, ainda não possuem um comportamento temporal de recuperação do desempenho bem reportado na literatura. No presente estudo objetivamos caracterizar a fadiga e as respostas eletromiográficas frente a 3 sessões de treinamento de força máxima realizadas com intervalo de 24 horas de recuperação. O desempenho foi observado através das alterações na força máxima no exercício de extensão de joelhos e as respostas eletromiográficas através dos sinais da eletromiografia de superfície (EMG) do quadríceps femoral. Os principais achados foram a observação de uma fadiga ao longo das séries, acompanhada de uma diminuição na amplitude dos sinais eletromiográficos. Todavia, a frequência mediana da EMG não apresentou alterações significativas entre as séries e sessões e o desempenho neuromuscular foi totalmente reestabelecido com o intervalo de 24 horas entre as sessões. Concluímos que as respostas neurais frente aos treinamentos de força máxima consistem em uma ênfase na taxa de disparos de potenciais de ação. As quedas na amplitude da EMG, com uma manutenção da sua frequência, estariam possivelmente levando a um recrutamento mais seletivo de UM do tipo II. Como o intervalo de 24 horas foi suficiente para recuperação do desempenho, recomendamos que os intervalos entre sessões de treino de força máxima sejam menores do que os usualmente utilizados para os demais treinos (como os hipertróficos, por exemplo). Tais treinamentos também poderiam ser utilizados como alternativas de estímulos em períodos do planejamento com caráter regenerativo, e/ou de polimento para atletas de modalidades de força e potência.

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