Resumo

A hipertensão arterial (HA) está entre os mais expressivos problemas de saúde e com tendência crescente devido ao processo de envelhecimento populacional. Dentre as abordagens preventivas e de tratamento da HA, são recomendadas medidas direcionadas a um estilo de vida mais saudável. Entre os comportamentos saudáveis, a prática de atividade física tem sido amplamente incentivada pelos programas mundiais de promoção da saúde tendo em vista seus benefícios físicos e psicossociais. Este trabalho teve como objetivos: a) avaliar a prevalência da HA referida em idosos identificando os fatores associados, o uso de serviços de saúde e o conhecimento e as práticas quanto às opções do tratamento; b) conhecer a prevalência da prática de atividade física no lazer em idosos, segundo fatores demográficos e socioeconômicos, outros comportamentos relacionados à saúde e a presença de morbidade. Trata-se de um estudo transversal de base populacional que avaliou informações de 426 idosos (60 anos e mais), não institucionalizados, residentes na área urbana do município de Campinas entre os anos de 2001-2002. Esta pesquisa é parte de um estudo multicêntrico de morbidade e uso de serviços de saúde que incluiu todas sas faixas etárias. A amostra foi tomada por conglomerados, estratificada e em múltiplos estágios. A análise dos dados levou em conta o desenho amostral e o efeito do delineamento. Encontrou-se que a prevalência de HA foi 51,8%, sendo maior em idosos de menor escolaridade, migrantes e com sobrepeso ou obesidade. O Sistema Único de Saúde em Campinas garante aos hipertensos acesso amplo aos serviços de saúde e aos medicamentos, sem distinção para o nível socioeconômico, mas não oferece ou não obtém sucesso no estímulo de hábitos de vida mais saudáveis. A prevalência da prática de AFL foi 29,1%, sendo as pessoas de menor nível socioeconômico, tabagistas e com transtorno mental comum os mais sedentários no lazer. A caminhada foi o esporte mais praticado dentre os que se exercitam no lazer. Os resultados sugerem que os programas de prevenção e de controle da hipertensão bem como os de promoção da saúde devam dar enfoque especial a subgrupos mais vulneráveis, principalmente no que diz respeito à aderência aos comportamentos saudáveis de vida 

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