Resumo

Existe hoje uma preocupação dos clubes de futebol em aliar gastos com o desempenho da organização, tanto na questão econômico-financeira, quanto na maximização das conquistas esportivas. Portanto, conhecer a eficiência dos investimentos tornou-se um dos objetivos dos estudiosos do futebol. A literatura atual já reconheceu a importância de combinar esportes e resultados financeiros como parte dos objetivos da gestão esportiva, concentrando-se na eficiência. O objetivo desta pesquisa é avaliar quais os fatores determinantes das eficiências financeira e esportiva dos clubes de futebol no Brasil, já que algumas pesquisas já trazem em seu escopo o uso de variáveis além dos indicadores de eficiência, como Barros, Assaf e Sá-Earp (2010) e Halkos e Tzeremes (2013). A Revisão da literatura trata das questões econômicas do esporte e os estudos anteriores que subsidiam esta pesquisa. A pesquisa em questão se utiliza das demonstrações contábeis de 28 clubes de futebol brasileiros no período de 2010 a 2012. No caso deste estudo, o modelo escolhido será Super-efficency DEA. A eficiência será dividida em três: financeira (output-receita), esportiva (output-pontuação da CBF) e a combinação das duas, sendo os Inputs a despesa operacional e o custo dos jogadores. Os Retornos Variáveis de Escala (BCC) foram escolhidos, com orientação ao output. Com o cálculo dos indicadores de eficiência, os mesmos serão considerados como variável dependente de um modelo de regressão truncada. As variáveis escolhidas são tamanho do clube, representado pelo Ativo Total, Composição do Endividamento, Grau de Endividamento e o ROA. Duas variáveis dummy serão adicionadas aos modelos: divisão, para evidenciar quais clubes estão na primeira divisão (valor 1) e aqueles que estão em divisões inferiores do campeonato brasileiro (valor 0); e título, para os clubes que conquistaram algum (valor 1) em determinado ano. Em relação aos resultados, o Fluminense é o clube com mais citações de referências para outros clubes no aspecto financeiro, com 16 citações, e no aspecto esportivo, com 35. Pode-se considerar então, dentre os clubes, nos anos analisados, é o mais eficiente da amostra. Já as regressões mostram que apenas o ROA influencia os indicadores de eficiência financeira de forma positiva. Para o modelo DEA esportivo, a variável Ativo Total se mostrou significante. De acordo com o sinal do coeficiente, que se mostrou negativo, quanto maior o tamanho do clube, menos eficiente ele é. A variável dummy “título” também se mostrou significante, com o coeficiente de sinal positivo. Entende-se então, quando o título é conquistado, a eficiência aumenta. Para a terceira regressão realizada, nenhuma das variáveis se mostrou significante, ao nível de 10%. Os resultados desta pesquisa podem ser um “pontapé” inicial para o desenvolvimento de novos estudos que tenham como objetivo a análise financeira dos clubes de futebol do Brasil, que é ainda escassa ao nível nacional. Além disso, resultados de trabalhos de eficiência podem auxiliar os clubes no controle de gastos, como também indicar o aumento de receitas para atingir a eficiência.

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