Resumo

O objetivo deste estudo foi verificar os fatores que influenciaram na aderência à proposta do programa de exercício físico destinado a idosos cardiopatas do Núcleo de Cardiologia e Medicina do Exercício (NCME), do Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos (CEFID), da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). A pesquisa foi caracterizada como um estudo de campo, de natureza descritiva. A população foi constituída de 19 idosos (9 do sexo masculino e 10 do sexo feminino), com média de idade de 68,6 anos (DP=6,7), portadores de doença arterial coronariana, que ingressaram no programa desta Universidade em Florianópolis-SC, no período de fevereiro a dezembro de 2004 e fevereiro a julho de 2005. Utilizou-se como critério de definição da amostra: aderentes 11 idosos que, após terem sido atendidos na fase supervisionada, tenham aderido a proposta seguindo todas as orientações recebidas no programa (8 que participaram do programa de exercício físico do NCME do CEFID/UDESC e 3 que não participaram); e não-aderentes os idosos que não se encontraram nesta situação (8 idosos não participantes do programa). O instrumento aplicado à amostra foi um questionário composto por 15 perguntas, elaboradas pela pesquisadora, que passou por uma validação de face e conteúdo, além de uma aplicação piloto. Para a organização dos dados em tabelas e obtenção das medidas de posição, de variabilidade e de associações aplicou-se à estatística descritiva. Verificou-se que dos 19 idosos cardiopatas, 11 aderiram à proposta do programa do NCME/CEFID/UDESC e 8 não aderiram. Dos idosos, 10 são do sexo feminino e 9 são do sexo masculino. A maioria dos idosos é casada, vive com o cônjuge, aposentado e não fumante. A maioria dos idosos que não aderiram a proposta participou do programa de um a três meses e atualmente não participam de nenhum tipo de programa de exercício físico institucional. Os idosos têm uma percepção positiva sobre a proposta do programa. Para a maioria dos idosos o programa influenciou de forma positiva e melhorou o estilo de vida. A maioria dos que não aderiram disse que o estado de saúde dificulta a prática de atividade física no programa. As barreiras que afetaram mais ou menos e bastante para que os idosos não aderissem à proposta do programa foram: horário, equipamento oferecido, tipo de atividade, distância da residência ao local de prática, espaço físico e o custo. Já para os idosos aderentes à proposta do programa, a barreira que pode influenciar mais ou menos é à distância do local da atividade. Com relação aos motivos de ingresso dos idosos no programa de exercício físico, a maioria dos idosos relatou que foi por indicação do médico assistente. Verificou-se uma associação forte entre a adesão à proposta do programa e a prática de exercício físico, freqüência semanal de prática, a influência do exercício físico no estilo de vida, o estado de saúde e a participação em programa institucional. Os programas de exercício físico devem levar em consideração os fatores de aderência a sua proposta, garantindo, assim, um estilo de vida ativo e saudável para os idosos cardiopatas.