Resumo

Futebol nao e' somente uma das maiores manifestacoes culturais da sociedade Brasileira, mas tambem e' o topo da demonstracao da masculinidade hegemonica, um lugar privilegiado no qual mulheres nao deveriam ser aceitas. Apesar de alguns progressos e diversas conquistas internacionais nas ultimas decasdas, as jogadoras de futebol brasileiras ainda enfrentam gravissimos preconceitos e barreiras ao tentarem praticar o esporte. Discriminacoes de genero bloqueiam seu acesso a condicoes minimas para treinamento e pratica em niveis recreativos e competitivos. O objetivo deste artigo e' discutir questoes de genero que permeiam o futebol brasileiro. No trabalho sao empregadas uma perspectiva teorica multifacetada, a qual combina uma analise psicanalistica as dimensoes sociologicas da pratica, aplicadas a uma abordagem etnografica que conjuga observacao participatoria e entrevistas. A pesquisa revela uma serie de atos de resistencia mas tambem de conformismo das jogadoras b rasileir as. Algumas mulheres usam o futebol para resistir a ordem hegemonica de genero no Esporte; elas amam o icone cultural nacional e brigam pelo seu direito de jogar futebol. Outras argumentam que e’ importante aceitar as normas da feminilidade compulsória, pois assim seriam mais aceitas pelos técnicos, agentes, mídia e publico em geral. Ainda outras recusam as normas da feminilidade compulsória, colocando que a mulher tem um lugar ‘natural’ no futebol. Considerando os diversos obstáculos que as mulheres brasileiras que gostam de futebol ainda enfrentam na sua pratica, este artigo propõe que apenas uma legislação federal urgente poderia trazer igualdade de gêneros no futebol brasileiro. 

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