Integra

Amigos:
Este é o terceiro “fim de ano” que escrevo neste blog do CEV, tão carinhosamente acompanhado por alguns amigos. Antes de escrever este texto fui reler o que tinha escrito no final de 2011 e 2012, na tentativa de ser “original” em 2013 numa reflexão que me proponho a compartilhar com vocês, sem deixar de lado o compromisso de escrever sobre gestão de lazer, inspirando-me no cotidiano. Fazendo uma retrospectiva de 2013, sem dúvida alguma, foi um ano de mudanças profundas (interessante é que eu sempre acho que a cada ano vivo “mudanças profundas”…). Para um profissional do lazer, de repente me vi num “ano sabático” em relação ao trabalho remunerado, para assumir um novo protagonismo dentro da esfera voluntária de prestação de serviços à comunidade. Inevitável deixar de fazer uma consideração ao que ouço frequentemente: “trabalho voluntário”. Para mim esse termo está equivocado na sua base epistemológica, tratando-se de mais uma “incompatibilidade paradigmática”, ou seja, “trabalho” é algo que, na maioria das vezes, não se escolhe a fazer. Portanto, assumo aqui a nomenclatura de “serviço voluntário”, ao invés de “trabalho voluntário”. Um dos primeiros estudiosos a tratar de maneira sistemática o voluntariado como uma dimensão do lazer foi Robert Stebbins, nascido americano e também cidadão canadense, há muito tempo radicado em Calgary. Nos seus 75 anos de idade, já escreveu mais de 40 livros, destes, mais de duas dezenas tratando daquilo que veio chamar de “lazer casual” e “lazer levado a sério” (mais recentemente adicional à sua taxonomia a categoria “Project-based leisure”). Stebbins destaca seis características do que ele denominou “lazer levado a sério”: (1) perseverança na escolha feita, (2) desenvolvimento de uma carreira, (3) empenho para se adquirir conhecimentos e habilidades, (4) realização de vários benefícios, (5) ethos e mundo social único e (6) uma identidade pessoal e social atraente. É dentro desse contexto que se insere o serviço voluntário. Decidi, neste ano que se encerra, a viver esses seis preceitos na coordenação do Programa de Intercâmbio de Jovens do Rotary Internacional dentro do chamado Distrito 4620 (envolve aproximadamente 50 Rotary Clubes em 25 do estado de São Paulo). Tenho aprendido muito com esses mais de 50 jovens brasileiros que vão para 10 países parceiros de todas as regiões do mundo, assim como na contrapartida que passa um ano conosco. Um dia conto mais dessa maravilhosa experiência.
Em tempo: para quem se interessar mais pelos estudos de Stebbins, sugiro o site www.seriousleisure.net
Um forte abraço e que 2014 seja do jeito que você está planejando ser.
Bramante

Por Bramante
em 30-12-2013, às 15:02

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Comentários

Opa, Bramante,

Acho que o seu blog e demais colaborações no CEV se encaixam perfeitamente nos requisitos do Stebbins. Continue o seu “serviço voluntário”, que eu estarei sempre aqui na fila do gargarejo.

Feliz 2014!

Laércio

Por Laércio Elias Pereira
em 31-12-2013, às 11:23.

Caro prof. Bramante,

Mais uma vez agradeço a contribuição para meu aprendizado e, assim como Laércio, continuarei acompanhando e aprendendo com seus posts.
Esse ano ganhei de presente o “serviço voluntário” de também ter um blog aqui no CEV e em 2014 pretendo ter bastante serviço aqui tbém!rsrs
Abs a todos e um ótimo 2014!
A

Por Alan Q Costa
em 31-12-2013, às 12:06.

Amigos Laércio e Allan

A obra de Stebbins é extensa (e intensa). Apenas para completar a “tríade” da categoria “lazer levado a sério”, além do voluntário, o autor ainda inclui o hobista e o amador. Certamente vcs fazem parte desse “clube”! :-)
Excelente 2014 para todos nós!

Por Antonio Carlos Bramante
em 31-12-2013, às 12:52. 

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