Resumo


A formação dos agentes públicos é um tema de discussão presente desde o surgimento do Ministério do Esporte, nas discussões da Rede Cedes, e nos documentos oficiais das Conferências Nacionais do Esporte. Dentre os pontos retratados como fundamentais para o desenvolvimento do esporte e lazer em nosso país afirma-se a necessidade de investimento em processos de formação dos agentes públicos. Mediante a relevância dessa temática, sinalizada pela literatura e constatada também como foco de análise oriundo do universo empírico da realidade da gestão pública do esporte e lazer, a partir da visita a 79 municípios do estado do Paraná, objetivamos analisar a formação dos agentes públicos do esporte e lazer que atuam nos municípios paranaenses.
O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa. Os dados referentes a formação dos agentes públicos são oriundos do banco de dados da Pesquisa “Análise dos agentes públicos do Sistema Nacional de Esporte” obtidos por meio de entrevistas e questionários aplicados a agentes atuantes em 79 municípios do Paraná. Após as coletas, os dados foram categorizados. Especificamente em relação a categoria formação, os dados foram analisados e discutidos em uma Dissertação de Mestrado, culminando na apresentação do presente resumo.
À luz do referencial teórico e da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011), verificamos que a maioria dos agentes públicos são homens, que a média de idade dos gestores é maior que a média de idade dos agentes técnicos e que Educação Física e Administração são os cursos de graduação mais recorrentes. A maioria dos agentes já participou de cursos e os meios de qualificação mais frequentes são meios passivos de formação, como palestras e cursos. Os conhecimentos, saberes e experiências que os agentes julgam necessários à função que desempenham são aqueles advindos da Educação Física e da Gestão Pública. Portanto, de modo geral, analisamos que os agentes buscam meios formais de formação, mas também verificamos a presença de outros meios como experiência diária, troca de experiência com outros agentes e formação continuada. Constatamos também que, nos municípios analisados, não há políticas de formação dos agentes públicos do esporte e lazer e, por esse motivo, a formação acaba refém do caráter personalista.
Assim, a partir dos resultados encontrados, apontamos a necessidade da institucionalização de políticas de formação, levando em consideração as características e as condições estruturais da gestão e como estas interferem nos principais meios e competências necessários à formação dos agentes públicos de modo a refletir na qualificação da gestão pública municipal do esporte e lazer.
 

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