Resumo

O propósito deste trabalho é discutir o valor de experiências empíricas na formação de professores de educação física, a saber, das experiências corporais no papel de educando e educador, tomando por base uma análise do atual currículo de graduação da Faculdade de Educação Física da UNICAMP. Estudantes participaram de situações para aprender a fazer e aprender a ensinar em nove disciplinas de graduação eletivas, sem pré-requisitos e não-obrigatórias, eminentemente direcionadas à prática corporal, com o conteúdo Ginástica de Trampolim. As disciplinas foram organizadas e oferecidas em nova interface, priorizando dois estágios distintos. O primeiro - destinado à vivência de conhecimentos - buscou dar subsídios ao estudante universitário para transmiti-los em aulas de educação física escolar. O segundo - destinado à prática - propôs aprofundamento técnico preparando o estudante para regência de atividades extraescolares e comunitárias da modalidade. O método de pesquisa utilizado foi estudo de caso intrínseco (Storytelling - Investigação narrativa), qualitativo do tipo etnográfico, proposto por Robert E. Stake. Tendo proporcionado um aumento de carga horária curricular sem impacto na duração final do curso, constatou-se que a interface curricular experimentada é uma alternativa possível para ampliar as experiências corporais dos estudantes. Estabeleceu uma matriz para formação empírica, a qual torna o ambiente profícuo para aprendizado e exercício de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes que identificam a área da Educação Física. As experiências corporais, nesse contexto, revelam-se como condição valiosa para edificar uma consciência (sensível) sobre os usos expressivos do corpo. Frente à vastidão dos conteúdos da cultura corporal, é preciso que os futuros educadores conheçam o próprio corpo e os seus mecanismos expressivos antes de orientar a formação dos alunos. 

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