Resumo

O presente trabalho tem como objetivo apresentar a dança como arte da memória. Reconstruímos danças populares de Goiás quase “esquecidas”, presentes na memória de antigos moradores da região de Santa Cruz, cidade do Estado de Goiás. São danças que eram vivenciadas, por volta 1930, em salões rurais, na maioria aprendidas na juventude em festas de fazendas da região. Entre mutirões e pagodes, estas danças e cantos tinham intuito de agregar e de coletivizar experiências. Foram ao longo dos anos proibidas e desprezadas pela modernidade capitalista. Temos como foco a perspectiva da história oral, priorizando a utilização de fontes orais e o registro de imagens. Nossa intenção é olhar para o corpo como um texto múltiplo e constituído de história, memória, cultura e arte. É a presença de uma multiplicidade de diálogos e a dança como campo de conhecimento polissêmico. Nosso referencial teórico dialoga com diversos autores, entre eles Portelli, Olga Von Simson, Walter Benjamin, entre outros.