Resumo

A análise da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) permite uma estimativa do funcionamento autonômico, prejudicado na Doença de Parkinson (DP). O tratamento da DP visa, entre outras metas, estimular o desempenho funcional, mas não se sabe se o prejuízo autonômico interfere nesta variável nos pacientes mais independentes. Objetivo: avaliar a correlação da VFC com a capacidade físico-funcional de pacientes com DP. Metodologia: Foram avaliados 21 pacientes (16 homens/5 mulheres; 57,4 ± 9,2 anos; Escala de Hoehn e Yahrd = 2,2 ± 0,5). A VFC foi avaliada na posição sentado e em pé. Foram aplicados os testes Timed up and Go (TUG) e três testes da bateria Senior Fitness Test. Resultados: Os índices de VFC RMSSD-sentado (r= -0,438; p ? 0,05), HF-sentado (r= -0,543; p ? 0,05) e SDNN-empé (r= -0,602; p ? 0,01) associaram-se negativamente ao desempenho no TUG. Outras correlações entre testes físico-funcionais, idade e a VFC foram observadas. O número de flexões do cotovelo correlacionou negativamente à pontuação da escala Hoehn e Yahrd (r=- 0,45; p < 0,05). Conclusão: O desempenho físico-funcional de pacientes com DP, principalmente no teste TUG, parece associar-se à preservação da atividade simpática e parassimpática, principalmente quando a VFC é aferida em ortostase.