Resumo

O objetivo desta pesquisa foi analisar a função do assoalho pélvico (AP) e função sexual segundo a idade e prática de atividade física em mulheres adultas. A amostra foi de 152 mulheres e dividida segundo a faixa etária - idade entre 18 e 30 anos (Faixa Etária 1, n=51), 31 e 50 anos (Faixa Etária 2, n=78) e um grupo entre 51 e 75 anos (Faixa Etária 3, n=23) - e nível de atividade física - mulheres muito ativas (GMMA, n= 72), mulheres pouco ativas (GMPA, n=52) e mulheres sedentárias (GMS, n=26) - conforme a classificação do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). Os instrumentos utilizados foram: Ficha de Identificação de Disfunções do AP; Exame Físico perineal; versão curta do IPAQ, Female Sexual Function Index (FSFI), e uma escala de silhuetas para verificar a imagem corporal. Adotou-se um nível de significância de 5%. A partir da avaliação do AP, notou-se que 4,0% das mulheres não apresentam contração objetiva e subjetiva (Grau 0). Com relação às disfunções do AP, 31,3% apresentam perda urinária. Com relação às categorias de idade, nota-se associação com perdas urinárias (X2= 18, 906; p< 0,001), sendo na faixa etária 3 a maior frequência de disfunções. Apesar disso, não houve diferença significativa entre as faixas etárias e a funcionalidade do AP (p> 0,005). Quanto à análise realizada aos pares da função sexual, houve decréscimo das medianas com o aumento da idade no escore final (X2= 11,858; p< 0,003). As mulheres da faixa etária 1 apresentaram o menor IMC (X2= 14,411; p< 0,001) e perceberam-se mais capazes fisicamente (X2= 10,410; p< 0,005). Quanto ao nível de atividade física, a presença de disfunções não se associou com os estes grupos (p> 0,05). A capacidade física percebida (RPC) mostrou-se superior entre as mulheres muito ativas (X2= 18,613; p< 0,001). Verificaram-se relações entre as variáveis RCP e as variáveis: Função do AP (rho= 0,212; p< 0,001), Excitação (rho= 0,168; p≤ 0,05) e Satisfação (rho= 0,219; p< 0,001) A função do AP foi relacionada aos antecedentes obstétricos: número de gestações (Rho= -0,184; p = 0,023) e número de partos normais (Rho= -0,193; p= 0,0017). O escore final do questionário FSFI relacionou-se negativamente com estes antecedentes (Rho= -0,240; p= 0,003; e Rho= -0,179; p= 0,03, respectivamente). Notou-se que os domínios, exceto, orgasmo e dor, estão relacionados positivamente com a freqüência da prática sexual. Ao realizar um teste de regressão linear cuja variável dependente o escore final do FSFI, e as independentes Idade, Número de partos, IMC, circunferência da cintura, escore do IPAQ e RPC, apresentou um R=0,220 e um R2 = 0,040. O mesmo ocorreu com a função do AP que apresentou um R= 0,220 e um R2 = 0,04 (4%). Diante dos resultados encontrados, nota-se que a idade e antecedentes obstétricos são fatores importantes nas características do AP, função sexual e índices antropométricos.