Resumo

O presente artigo tem por objetivo discutir a questão da democracia e justiça social no futebol colocada por autores como Roberto DaMatta. Utilizaremos alguns dos elementos apontados por Norbert Elias, tendo como eixos o conceito de poder e o modelo de jogo social propostos pelo autor. Entendemos que o esporte, assim como a sociedade, está submetida aos inúmeros determinantes que compõem as relações sociais, deste modo, pode ser entendido como um ‘espelho social’. Assim, se nas inter-relações cotidianas não visualizamos elementos suficientes para se compor uma democracia social, por que o esporte constituiria esse modelo? Palavras-chave: futebol, democracia, sociologia figuracional.Compreender o fenômeno esportivo como um importante objeto de análise e leitura de aspectos, valores e relações sociais com base em uma fundamentação calcada nas ciências sociais e humanas, apenas reafirmam o que há muito tempo o escritor José Lins do Rego já anunciava, afirmando que “o conhecimento do Brasil, passa pelo futebol” (LINS DO REGO apud ANTUNES, 2004). O alcance do futebol é tamanho, que a Federation Internationale de Football Association (FIFA), órgão que dirige e gerencia o esporte, possui mais associações nacionais filiadas do que a Organização das Nações Unidas (ONU). A inserção do futebol na sociedade brasileira é de enorme importância, chegando ao fato de no momento em que a seleção brasileira atua em uma Copa do Mundo, instituições educacionais, órgãos públicos e privados e o comércio fecharem, concedendo a todos a oportunidade de assistir à disputa. Algo impossível de ser enxergado em outro esporte ou fenômeno social. Dessa forma, muitos autores têm percebido e refletido acerca de algumas das inúmeras possibilidades de compreensão social que são ofertadas à partir deste esporte. E variadas são as idéias que são levantadas e defendidas a partir desses estudos. Neste trabalho, buscaremos analisar alguns destes argumentos, tendo por base a sociologia configuracional de Norbert Elias, referenciando algumas das assertivas colocadas pelo autor em sua obra, principalmente no que se refere ao entendimento da sociedade como um ¨jogo¨.