Resumo

Construir uma noção de coletividade para a Ginástica para Todos (GPT) consistiu no objetivo desta pesquisa, explorando os elementos que a compõe quando experienciada por um grupo de GPT. Para tal, realizamos um trabalho teórico, mais precisamente, um ensaio, entrelaçando conceitos e análises de autores da sociologia com aspectos próprios do debate da GPT, oriundos de uma minuciosa revisão bibliográfica. O texto tem início com uma apresentação da GPT a partir de uma abordagem pautada na experiência da pesquisadora, contexto de onde emerge a problemática da pesquisa. O primeiro capítulo visa aproximar o leitor ao objeto de estudo, por meio de uma análise do discurso produzido pelos pesquisadores da área bem como pela Federação Internacional de Ginástica (FIG), buscando, em suma, elencar os elementos que justificam a relevância do aprofundamento teórico sobre a noção de coletividade no âmbito da GPT. Essa noção ganha densidade teórica nos dois capítulos seguintes, fundamentalmente por meio da discussão dos elementos que a compõem: cooperação, respeito, reconhecimento, sentimento de pertença, comunidade, rituais, corpo, experiência, tempo, processo, valorização das experiências individuais, participação ativa, conflitos, busca por consenso e construção coletiva. Feito isso, o capítulo quatro aborda o processo de individualização da sociedade como via contrária ao desenvolvimento do potencial coletivo dessa prática, contraponto que vai se construindo por meio da discussão da lógica da GPT e de seus desdobramentos como prática corporal, evidenciando as particularidades de seu coletivo. A intenção, ao fim deste estudo, é evidenciar a emergência de uma potencialidade coletiva particular, isto é, coerente com as características e possibilidades da GPT e, quando desenvolvida, constituída no interior de cada grupo de maneira única e coesa com as escolhas pedagógicas do coletivo

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