Resumo

O presente trabalho tem como objetivo estudar as relações das práticas do esporte Handebol e Gênero na perspectiva das Relações de Poder. A pesquisa fundamenta-se na dinâmica dos treinos aos jogos e procura compreendê-la na definição dos sentidos, significados e lugares onde circulam. Diante desta prática busca-se refletir como os atores sociais assimilam a circularidade do poder e seus mecanismos, na fase dos treinamentos e nos jogos de competições. Para consolidar os conhecimentos, utiliza-se da pesquisa qualitativa – quantitativa, referendada pelas análises metodológicas do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), para entender e compreender como na prática estas relações de poder entre atletas, técnicos/comissão técnica nos clubes são traçadas e compreendidas sob a ótica das relações de gênero. Para tanto, definiu-se uma amostra significativa de 76 atletas num universo de 550 cadastrados na Federação de Handebol do Estado do Pará (FHEP), sendo deste total, 42 masculinos e 34 femininos, que correspondem a 20% da somatória de cada sexo das 08 equipes selecionadas de um total de 15 clubes que disputaram os campeonatos no período 2007/2010 contendo os dois gêneros. A dinâmica metodológica compreende a associação dos métodos - qualitativo e quantitativo - e as técnicas de entrevistas que construíram a Análise do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) que apontam como resultados os elos sociais – teias, onde os ensinamentos, os treinamentos e as competições são produzidos como alicerce de verdades, que vão sendo transmitidos aos atores sociais de forma absoluta, sem considerar suas reais condições psicossociais de assimilação de informações, muitas vezes surpreendentes, para os praticantes da modalidade. O estudo conclui, sob ótica foucaultiana, que a disciplina pode gerar um poder funcional autossustentável e simbólico, por seus próprios mecanismos, cuja ordem como os castigos disciplinares que se apresenta é de natureza mista logo é uma ordem “artificial”, colocada de maneira explícita por uma lei, um programa, um regulamento, pelas regras e, no handebol conforme o estudo, os “castigos disciplinares” acontecem de forma clara nas atitudes repressoras dos técnicos para com seus atletas.

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