Resumo

Se pensarmos no corpo como um tradutor do grande texto da cultura, e o artista como um intérprete de seu tempo, fica claro que falar dos primórdios da dança até os dias de hoje é debruçar-se em uma teia móvel onde vários temas, políticos, sociais e filosóficos se imbricam e criam sentidos muitas vezes ignorados pelos historiadores da dança. Novas invenções artísticas não se destinam a enterrar velhos paradigmas, novas formas de dançar não ocupam o espaço das formas mais antigas, juntam-se a elas e coabitam no cenário artístico mundial. É interessante estar atento para as continuidades perenes, para os ritmos indefinidos e para as diversidades e acasos que transformam o tempo e os corpos. Neste estudo procuramos enfocar o entrelaçamento da dança contemporânea com a dança moderna e clássica, suas “heranças históricas”, buscando evitar uma abordagem linear dos fatos, mas enfatizando a concomitância e o diálogo entre as diversas linguagens artísticas que em sua complementaridade e heterogeneidade penetram e formam o que é hoje o cenário contemporâneo da dança.

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