Resumo

Os objetivos deste estudo foram: buscar no imaginário de um grupo de idosos praticantes de atividade física o significado de ser velho e verificar se está havendo um deslocamento de sentido na forma de se conceber a velhice, considerando as décadas de 60 e 90. Para tanto, lançamos mão de entrevistas semi estruturadas, painéis que possibilitassem a projeção de desejos e expectativas através de imagens e análise de revistas de época. Analisando os discursos que emergiram de cada um desses momentos, verificamos que a representação de velhice, para o grupo em questão, reveste-se de um caráter ambíguo. Ela aponta para um resgate da juventude que não foi esgotada, pois eles continuam querendo descobrir coisas que não fizeram, mas também reconhecem as limitações que se fazem presentes com o avançar da idade. E é nesse contexto que eles reivindicam o direito à cidadania que lhes garanta a possibilidade de ir e vir onde se deseja e quer. O resgate desse direito aparece atrelado à prática de exercícios físicos que não somente possibilitam a manutenção da mobilidade, como também permitem que se estabeleçam novas relações no espaço público e se usufrua da ludicidade. Comparando as falas com os contextos de época, retratados pelas revistas, visualizamos um deslocamento de sentido do ser velho. A velhice marcada pela austeridade dá lugar à alegria, ao prazer de viver o momento presente e à possibilidade de realizar pequenos projetos futuros.

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