Resumo

INTRODUÇÃO: as pessoas com deficiência intelectual (DI) possuem o equilíbrio afetado quando comparado a pessoas sem DI, os problemas com equilíbrio postural começam quando jovens e permanecem por toda a vida. As pessoas com DI possuem limitações de mobilidade, dentre elas o equilíbrio que apresenta variações de 3 a 63%, as explicações para tais resultados, estão relacionadas às diferenças entre as populações e deficiências, incluindo a distribuição da idade, sexo e nível de DI. OBJETIVO: o objetivo do estudo é avaliar o impacto do treinamento funcional nas variáveis morfofuncionais de pessoas com deficiência intelectual. MÉTODOS: a pesquisa é caracterizada como longitudinal, foram avaliados 14 indivíduos com idade entre 17 e 43 anos sendo 11 homens e 3 mulheres, todos foram submetidos a 12 semanas de intervenção através da metodologia do Treinamento funcional. Foram avaliados na condição, bi-podal com visão (BPCV), os componentes do controle postural: amplitude média de oscilação ântero-posterior, amplitude média de oscilação médiolateral e área, nos períodos pré, pós-intervenção e destreino, estas medidas foram realizadas na Plataforma de força triaxial, Cefise. Para composição corporal foram avaliados a massa corporal, o percentual de gordura, massa gorda, massa magra e massa livre de gordura, estas medidas foram realizadas no densitômetro Lunar DXA (GE Healthcare). Para força de preensão manual foi utilizado dinamômetro grip (Jamar) e para avaliação da força superior do corpo utilizou-se o teste de flexão isométrica. Utilizou-se a estatística descritiva com valores individualizados para as variáveis estudadas, com a média e desvio padrão para um nível de significância p < 0, 05. Para o teste de hipótese entre o Δ treino e o Δ destreino dos testes foi usado o teste de Mann-Whitney. RESULTADOS: para o controle postural não foi observado diferença estatística nas condições avaliadas, contudo os resultados individuais devem ser considerados principalmente nos dados da variável área. Para a composição corporal foi observada diferença estatística no percentual de gordura %G (p=0,04) e na massa gorda MG (p=0,01). Para força de preensão manual foi observada diferença estatística no Δ na mão direita (p=0,03) e no Δ para a mão esquerda (p=0,01), como também foi observada diferença no Δ estatística no teste de flexão isométrica (p=0,03). CONCLUSÃO: entre os achados deste estudo ressaltamos que as estratégias individuais na avaliação e na intervenção, bem como as particularidades individuais na melhoria dos componentes do controle postural, na composição corporal e na força repercutiram de forma positiva nas AVDs. Deste modo a trajetória envolvida nos processos de avaliação e intervenção podem repercurtir em benefícios para atividades da vida diária envolvendo o controle postural desta população, bem como servir de apoio a novas pesquisas.

Referência: ANDRADE, Abraão Lincoln Santos de. Impacto do treinamento funcional nas variáveis morfofuncionais de pessoas com deficiência intelectual. 2019. 99f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019

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