Resumo

O objetivo desse estudo foi investigar o impacto de um programa de intervenção motora no desempenho de escolares, na execução do teste de agilidade de membros superiores – Golpeio de Placas, da Bateria Eurofit. Participaram do estudo 108 escolares, com idades de 12 a 15 anos de ambos os sexos. De acordo com o delineamento experimental os sujeitos foram inicialmente avaliados com o teste Golpeio de Placas (pré-teste) os resultados foram ordenados por idade, sexo e desempenho. O teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov apresentou distribuição normal p=0,20. Por meio de um algoritmo de seleção estocástica, os sujeitos foram distribuídos aleatoriamente em três diferentes grupos: Grupo Experimental 1 (GE1), Grupo Experimental 2 (GE2) e Grupo Controle (GC), cada um composto por 36 escolares. A análise de variância one way, foi realizada para verificar a homogeneidade dos grupos quanto ao desempenho dos sujeitos, o resultado p=0,317 indicou que, a um nível de confiança de 95%, não verificou-se diferenças significativas entre os grupos. Conduziu-se então, para cada grupo, os procedimentos de intervenção motora, estes eram estruturados com 5 séries de 20 repetições por dia. O GC não recebeu intervenção motora, GE1 e GE2 receberam, respectivamente, 3 dias e 1 dia de intervenção motora. O teste de Golpeio de Placas foi aplicado em cada grupo antes (pré-teste) e depois (pós-teste) dos procedimentos de intervenção motora. Os resultados foram analisados entre os grupos através de uma ANOVA 2X3. No pré-teste não foram encontradas diferenças significativas, já em relação ao pós-teste, todos os grupos apresentaram diferenças significativas. Os resultados do pós-teste mostraram que não ocorreram diferenças entre 1 e 3 dias de intervenção, mas que a intervenção fez com que os grupos experimentais obtivessem um desempenho superior ao GC. Os grupos apresentaram os seguintes resultados para pré-teste, pós-teste, e a diferença entre ambos, respectivamente: GE1 (41,11 dp 32,12 | 84,06 dp 24,26 | 42,95), GE2 (24,86 dp 23,83 | 73,61 dp 24,47 | 48,75) e GC (32,75 dp 28,75 | 57,56 dp 28,94 | 24,81). Na análise da curva de desempenho foram observadas fases distintas durante a execução do teste, as quais foram chamadas de fase de adaptação, fase otimizada e fase de fadiga, pois indicaram o comportamento da progressão do teste e possibilitaram observar como a intervenção se comportou em cada fase. Concluiu-se que a intervenção tem um papel importante na aprendizagem de uma tarefa, portanto sugere-se que nos protocolos de avaliação deveriam existir períodos de adaptação para reconhecimento e aprendizagem das tarefas a serem realizadas, com o objetivo de verificar mais fidedignamente o desempenho.