Resumo

O envelhecimento populacional pode conferir, dentre outros aspectos, comprometimento da funcionalidade do idoso e, consequentemente, maiores níveis de incapacidade funcional. A identificação precoce resulta na possibilidade de postergar possíveis complicações e contribuir para o planejamento de ações em saúde. O estudo teve por objetivo verificar os fatores associados à incapacidade funcional em idosos de área urbana. Trata-se de um inquérito domiciliar, analítico e transversal, conduzido em 2012 com 1691 idosos de área urbana em Uberaba-MG. Foram utilizados formulário contendo informações socioeconômicas e clínicas e as escalas (Depressão Geriátrica Abreviada, Katz e Lawton e Brody); e realizadas análises descritiva, bivariada e modelo de regressão logística (p<0,05). A prevalência de incapacidade funcional para as atividades básicas de vida diária correspondeu a 21,2% e nas atividades instrumentais de vida diária, representou 65,9%. Foram associados à incapacidade funcional para as atividades básicas e instrumentais de vida diária, respectivamente: a faixa etária de 80 anos e mais [(OR=2,18; p<0,001); (OR=3,30; p<0,001)], o maior número de morbidades autorreferidas [(OR=1,24; p<0,001); (OR=1,12; p<0,001)] e o indicativo de depressão [(OR=1,49; p<0,003) (OR=1,75; p<0,001)]; enquanto que a ausência de escolaridade (OR= 1,88; p<0,001) à incapacidade funcional para as atividades instrumentais de vida diária. Conclui-se que o comprometimento do estado funcional foi expressivo, especialmente para as atividades instrumentais de vida diária e associado a variáveis socioeconômicas e de saúde; aspectos esses que fornecem subsídios para a implementação de ações direcionadas ao monitoramento e controle dos fatores que interferem na capacidade funcional do idoso.

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