Incidência de Transtornos Mentais em Servidores Públicos: Implicações na Qualidade de Vida do Trabalhador
Por Jessyca Brennand de Paula (Autor), Simony Farias Azevedo (Autor), Andressa Pereira Lopes (Autor), André Fernando de Oliveira Fermoseli (Autor).
Em Revista Brasileira de Qualidade de Vida v. 10, n 1, 2018. Da página 1 a 22
Resumo
OBJETIVO: Identificar a incidência de afastamentos por transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho, ocorridos de janeiro de 2013 a dezembro de 2014, de servidores de um órgão do poder executivo do Estado de Alagoas.MÉTODOS: Foi realizada análise documental, a partir da Guia para Avaliação Pericial (GAP) emitidas pelo órgão público estudado e atestados médicos apresentados para afastamento. O total de servidores identificados no órgão foi de 402 servidores, mas, foram realizados um total de 103 afastamentos por licença médica, os quais compuseram a análise. Foram levados em consideração somente os afastamentos por transtornos mentais e/ou comportamentais inclusos nos critérios diagnósticos da Classificação Internacional de Doenças, 10ª edição (CID-10). Os dados foram analisados por meio do pacote estatístico SPSS, versão 20.0. Realizou-se estatística descritiva, com identificação das frequências e médias para as variáveis sociodemográficas: idade, sexo, escolaridade, cargo e incidências nos afastamentos laborais. RESULTADOS: Os transtornos mentais e comportamentais tiveram maior prevalência (30,38% dos afastamentos). Houve maior prevalência para o grupo 2 dos transtornos humor-afetivos (46,90%) e para o grupo 3 transtornos neuróticos, transtornos relacionados ao estresse e transtornos somatoformes (39,82%). Foi identificada maior incidência de afastamentos no sexo feminino, escolaridade de ensino superior, com maior tempo de serviço e com cargo de analista.CONCLUSÕES: Conclui-se que, de todas as licenças médicas concedidas aos servidores, os afastamentos por transtornos mentais e/ou comportamentais apresentaram a maior incidência no órgão estudado, reafirmando os dados encontrados na literatura brasileira. A maior prevalência por Classificação Internacional de Doenças, categoria Transtornos mentais e comportamentais (CID F), foi no sexo feminino, demonstrando a necessidade da realização de ações direcionadas para este assunto e público.