Resumo

1 INTRODUÇÃO
As doenças cardiovasculares (DCV) representam quase 30% na causa de mortes no mundo todo. São elas: doença coronariana, doença arterial periférica, o acidente vascular encefálico e cerebral, e a Hipertensão Arterial (HA). A HA caracteriza-se como pressão arterial ≥ 140 mmHg por 90 mmHg e tem como fator de risco o excesso de peso corporal, diagnosticado pelo Índice de Massa Corporal (IMC) e pela medida da circunferência abdominal (CA) (SBC, 2016). O objetivo do trabalho foi avaliar o IMC e a CA, em hipertensos de Unidade Básica de Saúde (UBS), e verificar suas associações com a HA.

2 METODOLOGIA 
A pesquisa foi desenvolvida com hipertensos, em UBS, em Corumbá/MS, com dados das consultas mensais: idade, sexo, peso, estatura, circunferência abdominal (CA), pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD). O IMC foi expresso pela fómula: peso/estatura2 (kg/m2). Classificaram-se como eutrofia, IMC ≥ 18,5 e ≤ 24,9; sobrepeso, IMC< 25-29,9; e obesidade, IMC > 30,34 ≥ 40,0. A CA (cm) foi avaliada no ponto médio entre a margem da última costela e a margem superior da crista ilíaca; e o ponto de corte, para zona de risco, igual a 102 para homens e 88 para mulheres (ABESO, 2016). Nas análises estatísticas utilizou-se Correlação de Pearson e Teste t de Student, ajustado para variâncias diferentes (p<0,05). 

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram avaliados 84 hipertensos (59,8 anos ± 13,01), sendo 72,6% mulheres. Quanto ao IMC, constatou-se 15,5% eutróficos; 29,7% com sobrepeso; e 53,6% obesos. Para a CA, identificou-se 63% na zona de risco. O grupo com sobrepeso apresentou média maior de CA (91,6 cm) que o grupo eutrófico (85,3 cm) (p=0,024). A média da PAS foi maior entre os obesos (141,3 mmHg), em relação aos com sobrepeso (132 mmHg) (p=0,009); e nos obesos (141,3 mmHg) em relação aos eutróficos (127,7 mmHg) (p=0,0037). A PAD foi maior (p=0,0082) entre os obesos (97,3 mmHg), em comparação aos com sobrepeso (89,2 mmHg); e entre os obesos (97,3 mmHg) em relação aos eutróficos (82,3 mmHg) (p=0,001). 
Apesar da fraca correlação entre IMC, CA e pressão arterial, as médias da pressão arterial e das medidas de CA, quanto ao estado nutricional, são resultados importantes no tratamento clínico, considerando-se a associação positiva do IMC e da CA com a pressão arterial, e a capacidade preditiva desses indicadores aos desajustes cardiometabólicos (BARBOSA et al., 2009; AMER; MARCON; SANTANA, 2011). Fava et al. (2016) verificaram dados semelhantes em pacientes de Estratégia de Saúde da Família: apesar de não significância estatística da CA, em relação à pressão arterial, evidenciaram que aqueles com CA na zona de risco, tinham pressão arterial ≥ 140/90 mmHg, caracterizando uma resposta clínica relevante no monitoramento dos fatores de risco às DCV, entre eles a HA. 

4 CONCLUSÃO
Os pacientes com sobrepeso e obesidade apresentaram maior média de PAS, PAD e CA, sugerindo que o excesso de peso corporal predispõe à maior pressão arterial, aumentando o risco de desenvolvimento das DCV.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMER, N.M.; MARCON, S.S.; SANTANA, R.G. Índice de massa corporal e hipertensão arterial em indivíduos adultos no Centro-Oeste do Brasil. Arq Bras Cardiol, v. 96, n. 1, p. 47-53, 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA (ABESO) - Diretrizes Brasileiras de Obesidade 2016 / ABESO - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. 4.ed., São Paulo, 2016.
BARBOSA, L. S.; SCALA, L.C.N.; FERREIRA, M.G. Associação entre marcadores antropométricos de adiposidade corporal e hipertensão arterial na população adulta de Cuiabá, Mato Grosso. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 12, n. 2, p. 237-247, 2009. 
FAVA, S.M.C.L. et al. Associações entre pressão arterial, circunferências braquial e abdominal de pessoas com hipertensão arterial. Revista Enfermagem UERJ, v. 24, n. 2, p. e14500, 2016. 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (SBC) / Sociedade Brasileira de Hipertensão / Sociedade Brasileira de Nefrologia. VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v.107, n.3, supl. 3, 2016.

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