Resumo

O propósito do presente estudo foi o de avaliar o índice de humor dos jogadores
brasileiros de futebol profissional e analisar os dados relacionado-os à posição de
campo. Sessenta e três jogadores de futebol profissional, pertencentes a clubes de
elite da série A do Campeonato Brasileiro, com média de idade de 22,6 ± 3,3 anos
foram avaliados através do perfil POMS. Os dados foram analisados em termos de
média do grupo total para cada estado de humor e para o POMS total e a análise
estatística ANOVA Um Way e o Scheffé post hoc teste foram utilizados para
comparar as quatro posições de campo no futebol: goleiros (N=7), zagueiros (N=20),
meio-campistas (N=16) e atacantes (N=20). O nível de significância adotado foi de
0,05. Pode-se observar que para o grupo total os atletas mostraram baixos níveis de
tensão, depressão, raiva, fadiga e confusão e alto nível de vigor quando comparados
com a população. Quando comparamos os jogadores em termos de posição de
jogo podemos observar diferenças significativas (p<0,05) entre zagueiros e meiocampistas e atacantes, sendo que os jogadores atacantes apresentaram maior valor
para a variável vigor. Não foram encontradas diferenças significativas para os outros
estados. Esses dados sugerem que o padrão de atividade de jogo que os jogadores
atacantes têm, mantendo alta intensidade de explosão e energia, pode explicar essas
diferenças. Pode-se concluir que os resultados do presente estudo parecem suportar
a idéia de que o índice psicológico de humor dos jogadores brasileiros de futebol
profissional varia dependendo da posição de campo. E isso pode explicar porque
alguns apresentam dificuldades para jogar em uma posição de campo diferente da
que estão acostumados, embora não tenham problemas físicos e técnico/táticos.
Para ilustrar isso, podemos relatar o caso de um dos melhores jogadores brasileiros,
medalhista de ouro olímpico que pediu dispensa da equipe nacional de voleibol
porque o treinador mudou sua posição de jogo. Usando uma metáfora, o atleta
disse: "Eu dirigia um carro de Fórmula Um e agora, o treinador quer que eu dirija
um fusquinha". Entretanto, futuras pesquisas relacionando aspectos psicológicos e
posição de campo em esportes que têm papéis e demandas definidas são
recomendáveis.

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