Resumo

O Índice de Massa Corporal (IMC) tem sido tradicionalmente utilizado em estudos clínicos e epidemiológicos, como instrumento para identifi car sobrepeso e obesidade. Rabelo & Araújo (2001) sugerem que a utilização do Recíproco do Índice Ponderal (RIP), pelas características de sua formulação, seria mais adequada. O objetivo deste trabalho foi comparar a identifi cação de sobrepeso feita pelos dois índices, tendo como medida critério a estimativa do percentual de gordura (G%). Foram avaliados 89 homens (21,9 ± 2,3 anos, 177,7 ± 7,2 cm, 69,5 ± 5,9 kg, 8,0 ± 0,2 G%, 22 ± 1,8 kg/m2 de IMC e 43,3 ± 1,63 m/ kg1/3 de RIP) e 70 mulheres (21,4 ± 4,7 anos, 162,3 ± 5,4 cm, 54,9 ± 6,4 kg, 22,9 ± 4,5 G%, 20,8 ± 2,1 kg/m2 de IMC e 41,3 ± 4,1 m/kg1/3 de RIP). O G% foi estimado pela equação de Jackson & Pollock (1978) e Jackson et al. (1980). Os resultados da utilização do IMC e do RIP foram semelhantes. Para o gênero masculino, observou-se correlação de 0,60 para o IMC e 0,57 para o RIP em relação ao G%. Para o gênero feminino, as correlações foram 0,63 e 0,66 respectivamente. A identifi cação de sobrepeso, com a utilização dos índices ponderais, para os homens, concordou com o G% em 85 % dos casos e houve equilíbrio entre a ocorrência de resultados falsopositivos e falso-negativos. Para as mulheres, a concordância foi de 70 %, com 30% de casos falso-negativos. Concluiu-se que a utilização de índices ponderais na identifi cação de sobrepeso, em indivíduos do gênero masculino, pode ser feita com concordância razoável com o G%, já para os indivíduos do gênero feminino, a utilização de tais índices deve ser feita com cautela. A utilização do IMC e RIP, nesta amostra, conduziu a resultados semelhantes na identifi cação do sobrepeso.

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