Resumo

A atividade militar, principalmente nas unidades operacionais, exige de seus integrantes um adequado grau de condicionamento físico. Os militares bem preparados fisicamente possuem maior prontidão para o combate, demonstrando maiores níveis de autoconfiança e motivação, além de possuir uma maior aptidão para suportar o estresse debilitante do combate (O’CONNOR, BAHRKE & TETU, 1990). Uma tropa em operação de combate executa a atividade de marcha com bom rendimento quando chega ao seu destino no tempo previsto e em condições de cumprir a missão recebida, coadunando para o seu sucesso, dentre outros fatores, o grau de instrução, o moral e o vigor físico (BRASIL, 1980). A eficiência do tiro é de fundamental importância no combate, contribuindo para o sucesso ou o não cumprimento das missões. Em determinados exercícios de tiro é feita uma apreciação qualitativa (menção) que, além de indicar a suficiência do desempenho individual, expressa a adequação técnica e a eficiência do atirador (BRASIL, 2001). O objetivo deste estudo foi verificar se os militares mais aptos fisicamente possuem desempenho mais elevado no Teste de Aptidão no Tiro – TAT (BRASIL, 1981), após realizarem uma marcha de 16 km. Participaram da amostra 30 soldados do efetivo profissional do 27° Batalhão de Infantaria Pára-quedista (27° BIPqdt), com idade de 21,79 ± 1,59 anos, massa corporal de 71,42 ± 6,58 Kg, estatura de 175,8 ± 5,44 cm, percentual de gordura de 10,37± 6,26, com aptidão física de diferentes níveis e mesma menção em testes de tiro (TAT), em condições de repouso. A amostra foi dividida em dois grupos de acordo com o condicionamento físico e foram realizados um pré e um pós-TAT e uma marcha de 16 km. Foram utilizados os seguintes protocolos: três dobras cutâneas (JACKSON & POLLOCK, 1978) para determinação da densidade corporal, equação de Siri (1961) para estimativa do percentual de gordura (G%), Teste de Avaliação Física – TAF (BRASIL, 1997) para avaliação física e o TAT (BRASIL, 1981) para avaliação no tiro. A marcha de 16 km seguiu as normas gerais de ação (NGA) do 27° BIPqdt quanto ao equipamento individual, aprestamento da tropa e tempo de execução. Foi utilizado o teste de Wilcoxon para amostras pareadas não paramétricas, tendo como resultados do teste e reteste do grupo 1, de melhor condicionamento físico, 9,06 ± 1,16 e 9,27 ± 1,58 e o grupo 2, de menor condicionamento físico, foram 9,6 ± 0,91 e 9,07 ± 1,22, ambos de um máximo de 10 impactos no alvo. Da análise dos resultados observou-se que o grupo de militares com um menor condicionamento físico apresentaram variação negativa na eficiência do tiro após uma marcha de 16 km. Destarte, conclui-se que a aptidão física é um fator de grande importância para a eficiência do tiro nas operações militares, corroborando com as evidências verificadas em diversos relatos, como os da campanha do Exército Britânico nas Ilhas Falkland e os das ações do Exército Americano em Granada. Palavras Chaves: Condicionamento Físico, Militares, Teste de Aptidão no Tiro.

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