Resumo

No final da década de 60 o Ministério da Educação (MEC) designou uma espécie de competição escolar de âmbito nacional, cuja intenção era de favorecimento para a integração nacional das escolas e a descoberta de talentos esportivos, nasceu então os Jogos Estudantis Brasileiros (JEBs) que se tornaram o ponto culminante do desenvolvimento do Esporte Escolar. Os jogos escolares são importantes para a descoberta e promoção de talentos com demonstrado na literatura. A dúvida que se tem é se a participação neste evento sofre influência do poder aquisitivo, ou seja, para fazer parte dos jogos escolares é necessário pertencer a famílias com boas condições financeiras? A hipótese deste estudo é que atletas escolares oriundos de estrato social com maior poder de renda, tem mais condições de compor a delegação do Distrito Federal que foi aos Jogos Escolares da Juventude 2017. Neste sentido, o objetivo desta pesquisa foi verificar se a condição financeira familiar foi determinante para fazer parte da delegação do Distrito Federal que participou dos Jogos Escolares da Juventude 2017. Este é um estudo de natureza quantitativa e contou com a participação de 157 atletas escolares, do sexo feminino e masculino, entre 15 e 17 anos. O instrumento de coleta de dados desta pesquisa foi um questionário, desenvolvido na plataforma Google Forms e enviado por e-mail para os entrevistados. Para verificação dos resultados utilizou-se a análise descritiva. Para os procedimentos estatísticos foi utilizada a ferramenta digital Social Science Statistics. O estrato econômico inferior obteve maior representatividade na delegação. Este dado contesta nossa hipótese inicial, e, portanto, ela deve ser refutada. Como os programas da iniciativa pública (Bolsa Atleta / Compete Brasília / Auxílio do Ministério do Esporte) têm uma maior aderência no estrato econômico inferior, esta é uma possível explicação para o resultado desta pesquisa. Estes programas são prováveis mitigadores do desnível de oportunidades associados a diferentes condições econômicas. Ao ter acesso a estes programas, jovens do estrato econômico inferior se equipararam em condições aos jovens mais abastados, o que foi suficiente para aumentar seu poder competitivo. As bolsas de estudo são mais frequentes no estrato econômico inferior, o que faz com que a representação de escolas públicas apareça em número diminuto. Os resultados desta pesquisa, apenas em torno de escolas públicas e privadas, podem criar impressão equivocada. Para futuras pesquisas sugere-se que a categoria de idade de 12 a 14 anos seja investigada. 

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