Resumo

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. Esse crescimento demográfico precisa ser acompanhado de uma melhor qualidade de vida (QV) e capacidade funcional. Neste contexto, a prática de atividade física tem sido incentivada, principalmente as realizadas em grupos. Entretanto, diversos fatores podem influenciar a capacidade funcional e a QV dos idosos O objetivo foi analisar a influência do perfil sociodemográfico e da frequência de treino na capacidade funcional e QV de idosos participantes de programas públicos de exercícios físicos. Trata-se de um estudo transversal e analítico, com uma abordagem quantitativa. A amostra foi composta por 108 idosos participantes de programas públicos de exercícios físicos no município de Goiânia, GO, Brasil. Foram utilizados como instrumentos uma Ficha de avaliação inicial, o Mini Exame de Estado Mental, a versão curta do International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), World Health Organization Quality of Life – Bref (WHOQOL-BREF), World Health Organization Quality of Life - Old (WHOQOL-OLD), Índice de Barthel (IB), Índice de Lawton (IL), força de preensão manual (FPM), teste de alcance funcional (TAF), Timed Up and Go (TUG) e o teste de levantar e sentar (TLS). Os resultados mostraram que houve pior percepção da QV nos idosos com menor renda e escolaridade, que vivem sem companheiro e idade mais avançada. O sexo masculino apresentou melhor escore no domínio psicológico (p = 0,01), enquanto as mulheres tiveram melhor escore na faceta funcionamento do sensório (p = 0,02). Em relação a capacidade funcional, os idosos com menor renda e escolaridade, que vivem sem companheiro com idade mais avançada e que participam dos programas públicos de exercícios físicos até 3x por semana apresentaram pior desempenho funcional (p < 0,05). Idosos que participam dos programas em regiões com menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) apresentaram pior capacidade funcional e QV. Conclui-se que as variáveis sociodemográficas influenciam a QV e a capacidade funcional dos idosos. A frequência de treino apresentou associações apenas com a capacidade funcional. O conhecimento acerca desses fatores pode fornecer subsídios para elaboração de estratégias mais eficientes de intervenção, e que estas sejam planejadas tendo como foco os idosos mais vulneráveis.

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