Resumo

As projeções do aumento nos números absoluto e relativo de idosos representa novos desafios para a saúde pública. O envelhecimento vem acompanhado declínio gradual das funções fisiológicas, da função imunológica e da força muscular. Dessa forma, idosos são mais susceptíveis a sarcopenia, osteoporose, câncer e doenças cardiovasculares, metabólicas e neurodegenerativas. O Treinamento Resistido (TR) tem se mostrado importante intervenção para aumento da força muscular e diminuição da inflamação crônica em idosos. No entanto, pouco se conhece a respeito da influência do TR na resposta funcional de células que constituem a primeira linha de defesa durante a imunossenescência. Nesse sentido, o presente estudo buscou investigar a associação entre adaptações induzidas por um programa de TR e a resposta funcional de fagócitos circulantes em idosas. O presente estudo de caráter transversal, foi composto por 54 idosas com idade 71.3 ± 6.3 anos, aparentemente saudáveis, não institucionalizadas e divididas em dois grupos distintos: Treinadas (n=28) e Sedentárias (n=26). As idosas do grupo Treinadas eram participantes de um programa de TR há 8,6 ± 0,3 meses e realizaram um treino composto por 12 exercícios, 3 sessões semanais, com intensidade de 70% de uma repetição máxima, enquanto o grupo Sedentárias não participou de nenhum programa de atividades físicas durante o mesmo período. Avaliou-se a massa corporal, estatura, índice de massa corporal, relação cintura-quadril, massa livre de gordura e massa gorda. Foi avaliado o consumo de energia total e de macronutrientes na dieta habitual. Foram realizadas análises de fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), interleucina 6 (IL-6) e Fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-1), contagem total e diferencial de leucócitos, teste de fagocitose por monócitos ou neutrófilos, índice de fagocitose (IF) e atividade microbicida de fagócitos. A análise dos dados foi realizada por meio do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) e considerado P < 0.05 estatisticamente significante para testes bicaudais. Os resultados demonstram que o IF de neutrófilos, mas não de monócitos, no grupo Treinadas foi significativamente maior (! <0,001; tamanho do efeito, (") = 0,90, IC 95%: [0,75–1,04]) em comparação com o grupo Sedentárias. Em contraste, a atividade microbicida das células fagocítica não foi influenciada significativamente pelo TR. Além disso, a ingestão total de energia e carboidratos, bem como os níveis séricos de IL-6, tiveram influência significativa na atividade fagocítica dos neutrófilos (! = 0,04), sendo considerados no modelo. Em conclusão, os neutrófilos circulantes de mulheres idosas que praticaram TR expressaram maior atividade fagocitária, enquanto atividade microbicida não apresentou diferença estatisticamente significante entre grupos, demonstrando efeito positivo do TR na primeira linha de defesa do organismo.

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