Resumo

Ao buscar a memoria da Educação Física no Maranhão, encontrou-se forte influencia militar na inclusão da Educação Física no meio escolar. Busca-se identificar essas influencias.

Integra

INFLUENCIA MILITAR NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

 

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – Cadeira 40

Membro da Academia Ludovicense de Letras – Cadeira 21

A historiografia no campo da educação física tem afirmado, em vários estudos, a prerrogativa dos militares na educação por meio da educação física (FINOCCIO, 2013)[1]. Desde o século XVIII, encontram-se propostas precursoras de um tipo de Educação Física que se tornaria em modelo pedagógico  para os séculos seguintes (Basedow[2]; Guts Muths[3]; Vieth[4]; Nachtegall[5]; e outras): a gymnastica, constituída como um conjunto de exercícios organizados com o objetivo de cuidar do corpo (FINOCCHIO, 2013)[6].

Finocchio (2013) emprega essa terminologia – gymnastica - para se referir a uma prática educacional em construção no século XIX.

“Os termos gymnastica ou exercícios gymnasticos foram utilizados no interior do Collegio de Pedro Segundo para fazer referência às práticas corporais – esgrima, jogos e exercícios ginásticos propriamente ditos – que eram oferecidos aos seus alunos. Hoje, o termo Educação Física se adéqua a esse significado, ou seja, a disciplina escolar responsável por tematizar as diversas atividades corporais construídas pela humanidade ao longo do tempo: esporte, dança, ginástica, jogos, lutas e outras manifestações. (GONDRA, 2000, p.125)[7].

O pedagogo e ativista político Friedrich Ludwig Jahn[8], por volta de 1809, adotou um princípio educacional realista, à guerra nacional, e desenvolveu um tipo de ginástica com valorização da luta. Criou aparelhos que se constituíam em representações de obstáculos naturais. Com grande aceitação da classe dominante, o Turnen adquiriu um caráter militar e patriótico, constituindo-se em uma primeira forma de instrução física militar destinada as massas, que corresponde às necessidades práticas da burguesia (ROUYER, 1977, citado por FINOCCHIO, 2013)[9].

Além de criar aparelhos e novas formas gímnicas, fundou, em 1811, o primeiro ginásio ao ar livre de Hasenheide, Berlim. Daí nasceu o termo "Turnkunst" pelo qual ele substitui a palavra "Gymnastik". A ginástica de Jahn, com um conteúdo mais social e patriótico, rapidamente superou as ideias pedagógicas de Guts-Muths, tendo por objetivo formar homens fortes para defender a pátria [10]. Embora já houvesse várias formas de ginástica, acrescentou aos exercícios já conhecidos, as barras e a barra alta.

Para Coertjens, Guazzdelli e Wasserman (2004)  [11] a utilização dos ‘turner’ entre o discurso nacionalista e a prática esportiva nos pequenos estados que, anos mais tarde, formaram o Estado alemão:

“[...] Nesse período, as noções de unidade pátria e povo foram idealizadas, entre outras coisas, através do esporte. Isso aconteceu com o objetivo de fomentar a resistência ‘alemã’ contra as invasões napoleônicas e, mais tarde, intensificar o processo de unificação do Estado alemão. Considerava-se que o exercício físico regular contribuía para o processo de disciplinalização e militarização da sociedade, principalmente, dos jovens. Esse ponto de vista ficou conhecido sob o nome de ‘Turnen’, ‘ginástica’, inserindo-se perfeitamente o esporte num contexto social e político mais complexo.”

A ginástica (turnen) se transforma em uma escola de patriotismo, educação para se preparar para a guerra de libertação; seu curso visava o "despertar da identidade nacional" (construção de uma nação).

Analisando-se as alterações havidas na terminologia desportiva, após constatar que a antiga ginástica já não faz parte da área do esporte, Diem (1977)  [12] pergunta "o que houve? uma simples alteração terminológica?". Concluindo que:

"... mais do que isso, pois os conceitos básicos mudaram. Eles mudam de conformidade com os padrões individuais e sociais de cada época e a nova terminologia geralmente reflete a mudança de pensar do homem... ‘A 'ginástica', no sentido clássico da palavra (como instrumento para o equilíbrio interno e externo do homem), constitui a forma mais primitiva da atividade desportiva e é nesse sentido geral que Guts Muths emprega o termo em sua obra metodológica 'Gymnastik fur die Jugend', publicada em 1793. Em princípio do século XIX introduziu-se na área géo-linguistica alemã, com os trabalhos de F.L. Jahn, a versão germânica do termo 'ginástica' (Turnen), atividade física definida como forma de 'educação cívica através de exercícios físicos polivalentes'." (p. 11-12).

Como já observou Leomar Tesche (1996, 2002) [13] não existe um vocábulo que consiga traduzir com fidelidade o sentido de Turnen para o português. Fazer ginástica seria uma tradução para Turnen, ou seja, um conjunto de exercícios corporais realizados no solo ou com auxílio de aparelhos e aplicados com objetivos educativos, competitivos, artísticos, etc.

O turnen visava uma relação entre Estado, escola, nacionalismo e militarismo, que vinculava corpo com disciplina, convívio social, preparação militar, nacionalismo e germanismo (TESCHE, 2002) [14]. Para efeito de esclarecimento, turnen, Turn e Turner é um radical alemão que também está presente em várias línguas germânicas, tanto em línguas desaparecidas quanto em vivas, em todas elas significa torcer, virar, voltear, dirigir, mover, fazer grande movimento.  Tesche[15] utiliza, em seu trabalho, os vocábulos Turnen e Ginástica como sinônimos [16].

Turnen, por sua vez, é constituído pela ginástica (Geräteturnen mais tarde Kunstturnen – ginástica artística), pelos jogos, pelas caminhadas, pelo teatro, pelo coral. De maneira que não existe um vocábulo que consiga traduzir com fidelidade o sentido de Turnen para o português; como dito, Tesche ao utilizar o vocábulo “ginástica”, em seus estudos, se refere ao Turnen[17].

A ginástica é um conceito que engloba modalidades competitivas e não competitivas e envolve a prática de uma série de movimentos exigentes de força, flexibilidade e coordenação motora para fins únicos de aperfeiçoamento físico e mental. Tem sua origem no grego, gymnastiké - da palavra grega “gymnos” (nu) pelo fato de, na antiguidade clássica, os exercícios se praticarem com o corpo nu. É o conjunto dos exercícios corporais sistematizados, para esse fim, realizados no solo ou com auxílio de aparelhos e aplicados com objetivos educativos, competitivos, artísticos e terapêuticos, etc.

A prática só voltou a ser retomada - com ênfase desportiva e militar - no final do século XVIII, na Europa, com a influência de vários pensadores que se debruçaram sobre as vantagens da prática do exercício físico, destacando-se o contributo de Jean-Jacques Rousseau[18] na obra pedagógica "Emílio", em que o autor se refere à necessidade da pratica física como meio para atingir a razão. A partir daqui surgiram várias correntes, que encontraram eco na Alemanha[19] com Johann Bernard Basedow[20], pedagogo e educador, que conseguiu assimilar e transformar os princípios orientadores de Rousseau e impulsionou a ginástica, tendo para isso criado em 1775 o pentatlo de Dassau, no seu "Philanthropicum", constituído por provas de corrida, saltos, transporte, de equilíbrio e de trepar. Foi o primeiro pedagogo, desde a Antiguidade, a defender que o exercício físico deveria fazer parte dos programas das escolas primárias.

Em 1784, Christian Gotthlif Saltzmann[21], pedagogo e educador, abre outro "Philanthropicum", em Schneppenthal. Em 1785, Johann Christoph Friedrich Guts-Muths[22], professor e educador, inicia sua obra com um novo conceito de ginástica. Foi um impulsionador da educação física obrigatória; utilizou o "Philanthropicum" de Schnepfenthal, incluindo a par da corrida, saltos, lançamento, luta e natação, os exercícios de trepar e de equilíbrio. As ideias filantrópicas e os conteúdos pedagógicos de Guts-Muths tiveram eco nos países da Europa, especialmente na Suécia, Dinamarca e França.

No período de 1861 a 1871 verifica-se a presença de alunos de nacionalidade brasileira no Philantropinum, sediado em Schnepfenthal[23]; dentre esses alunos vamos encontrar:

NOME LOCAL E                                                   PERÍODO DE

ANO NASCIMENTO                                       ESTUDOS

 

de La Roque, Jean          Pará, 1850      1861 – 1866

de La Roque, Auguste    Pará, 1851      1861 – 1867

de La Roque, Henri        Pará, 1849      1861 – 1864

de La Roque, Guilherme            Cametá, 1853            1863 – 1869

De La Roque, Luiz         Pará, 1856      1865 – 1871

de La Roque, Carlos       Pará, 1857      1865 – 1871

Naquela ocasião[24], informei a existência da Família LaRocque no Maranhão – do então senador Henrique de LaRocque Almeida. Os LaRocque  - importante família estabelecida no Pará, procedem de dois irmãos:

I - HENRIQUE de LaROCQUE (c. 1821 – Porto ?), que deixou geração do seu casamento, em 1848 – Pará -, com Matilde Isabel da Costa ( ? – 1919); e

II – LUIZ de LaROCQUE (c. 1827 – Porto ?), que deixou geração de seu casamento, em 1854 (Pará) com sua cunhada Emília Ludmila da Costa.

Ambos, filhos de JOÃO LUIZ de LaROCQUE (c. 1800 – a. 1854) e de Rosa Albertina de Melo. Entre os membros dessa família registra-se o senador HENRIQUE de LaROCQUE ALMEIDA, advogado diplomado pela Faculdade Nacional do Rio de Janeiro (hoje, UFRJ).[25]

           No Dicionário, é dada como sobrenome de origem escocesa, o que é contestado por Henrique Artur de Sousa, para quem a família LaRocque estabelecida no Brasil é de origem portuguesa, da cidade do Porto – encontrou uma primeira referência no início da colonização do Brasil, nos anos 1500, em São Vicente ... -, o que parece ser a versão verídica, haja vista que o falecimento de dois membros dessa família – os irmãos Henrique e Luís, filhos de João Luís de LaRocque e sua mulher Rosa Albertina de Melo – se dão na cidade do  Porto, no século XIX... (vide Dicionário...)

           Efetivamente alguns LaRocque se estabeleceram no Maranhão, a partir de 1832. Henrique Artur de Sousa - genealogista estabelecido em Brasília encontrou documentos no Arquivo Público do Estado do Maranhão “firmados de próprio punho” de três membros da família LaRocque, quando de sua chegada, “de que haviam estudado na Alemanha”, numa cidade chamada Schnepfenthal !

Filhos de Jean Francoise de LaRocque:

Carolina – depois Baronesa de Santos;

Henrique de La Rocque;

Guilherme de LaRocque;

João Luís de LaRocque;

Luís de LaRocque;

Rosa;

Amélia;

Antônio de LaRocque.

Desses irmãos, quatro estudaram na Alemanha; Henrique de LaRocque Júnior, e seus irmãos João e Augusto, também podem ter estudado na Alemanha ... Henrique de LaRocque Júnior - viria construir o Mercado de Ver-o-Peso, em Belém do Pará -, vem a ser avô do Senador LaRocque...

John Locke (1632-1704) [26], um dos mais importantes teóricos do liberalismo, sintetiza suas concepções educacionais: formação do gentleman e dos “sem propriedades”. A educação dos que possuem a propriedade privada e posses deveria ser feita por preceptores capacitados e cultos, em local aprazível e com boas condições higiênicas, com ênfase nos saberes clássicos e na preparação do jovem como bom administrador dos negócios da família, para assumir posições de comando no estamento estatal e na guerra. Aos “despossuídos” de bens cabia uma educação fundamentada na religião e nas artes manuais, capacitando-os para o trabalho (citado por FINOCCHIO, 2013) [27].

Para a nobreza e a burguesia, propõe uma escola da vida, que se afaste da escolástica, ainda presente nas Universidades. Diz que o fundamento de uma boa educação está no desenvolvimento da civilidade, dos bons costumes, na formação da personalidade, no equilíbrio entre caráter e inteligência. À educação física, retomando o conceito de mens sana in corpore sano (JUVENAL, Sátiras X), recomenda a esgrima, a equitação e passeios ao ar livre, visando a desenvolver o corpo e o espírito fortes.

Locke (citado por FINOCCHIO, 2013)[28] dirige-se à formação do gentleman, para o qual as boas atitudes se sobrepõem a qualquer instrução livresca, admitindo que o saber ler e escrever sejam fundamentais na educação, porém não o mais importante. Condena uma frívola erudição e enaltece a formação de um homem sábio e virtuoso. Essa educação, voltada aos filhos da nobreza e da burguesia, tem como propósito proporcionar uma formação para que a criança tenha um espírito bem regrado, capaz de raciocinar e possuir um corpo saudável. Para as crianças oriundas das classes pobres, propõe a criação de escolas especiais ou escolas do trabalho, com frequência obrigatória a partir dos três anos de idade.

Em Pensamentos sobre Educação (1693), Locke dá ao termo físico dois sentidos: physis, referindo-se ao estudo da natureza e vinculado à vida corporal, física. Precursor do empirismo moderno procura conciliar a teoria do racionalismo de Descartes e do empirismo de Bacon. Sobrepõe-se às tradições humanísticas e, sob a influência do antropocentrismo, mais apropriadamente do empirismo, deposita, em seu projeto educacional, além da boa formação do caráter, uma preocupação com a capacidade de desenvolver, com o conhecimento obtido pela experiência sensível, a transformação da natureza. Daí sua recomendação de uma escola para a vida, na qual se desenvolvam as virtudes práticas, vindo a educação física a obter uma importância sem precedentes na Idade Moderna, ressaltando a educação do corpo no fortalecimento moral. (citado por FINOCCHIO, 2013).

Na formação do gentil homem, de Locke, a educação física tem grande destaque, voltada à formação moral, além do corpo e da higiene, com o emprego de jogos e do treinamento ao ar livre. Para ele, a educação física, sob a inspiração do modelo grego, conduziria o homem à sua formação civilizada. A formação do gentleman inglês passaria, necessariamente, pela educação física.

Desde 1771 em Portugal, sob o balizamento da Universidade de Coimbra, se estabeleceu que as atividades físicas como conteúdo educacional, atendiam aos pressupostos da nova educação. As “Artes Liberais” nos Estatutos do Collegio Real de Nobres da Corte, e cidade de Lisboa eram a Cavalaria, Esgrima, e Dança. Apesar de contar ainda um sentido cavalheiresco (educação dos nobres), essa introdução se deu através das ideias burguesas.

Immanuel Kant (1724-1804) propôs o fortalecimento das escolas públicas, em relação às domésticas, sob a consideração de que são mais propícias ao ensino de várias habilidades, e formadoras do caráter. Recomendava ainda escolas experimentais, que dariam direcionamento às várias escolas elementares. Em síntese, tinha como plano educativo [29] uma educação pela moralidade, o fortalecimento das escolas públicas e o desenvolvimento de uma experimentação educativa.

A educação era entendida como a disciplina e a instrução com a formação do homem que o afastava da condição de bruto e selvagem. Com esse propósito, Kant estabeleceu uma visão unificada de ser humano, concebendo a educação como meio de desenvolver no homem todas as suas disposições naturais. Conforme Cambi (1999, citado por FINOCCHIO, 2013)[30], para Kant:

A atividade educativa divide-se depois em “física” e “prática”. A educação física é “negativa” quando enuncia conselhos para criar os bebês (aleitamento), fazer adquirir hábitos (ao que Kant se opõe), realizar o “endurecimento” (pense-se em Locke), regular a liberdade a ser concedida às crianças e às intervenções para “vencer a teimosia”. A educação física é, pelo contrário, “positiva” quando visa à cultura, ou ao “exercício das atividades espirituais”. Nesse campo, segundo Kant, um papel fundamental é assumido pelo “jogo” (como movimento do corpo e exercício “da habilidade”) e pelo trabalho (“é sumamente importante que as crianças aprendam a trabalhar, “porque o homem tem necessidade de uma ocupação, nem que seja acompanhada de um certo sacrifício”). A instrução deve, depois, valorizar a memória ao lado da inteligência e iniciar também a educação moral através da adaptação da conduta às “máximas” que devem tender para a formação do caráter [...].

Kant (1996) entende que a educação física “[...] é aquela que o homem tem em comum com os animais, ou seja, cuidados com a vida corporal”. Consiste nos cuidados de ordem material prestados à criança, com o sentido de puericultura, indo até à educação da índole dos jovens (que pode, em certo sentido, chamar-se de física). Além disso, é necessário o “[...] exercício das forças da índole” no que denomina por cultura, o uso dos órgãos dos sentidos (FINOCCHIO, 2013) [31].

Para Finocchio (2013) em suas propostas de formação do ser humano, a burguesia pensava a educação como essencial à formação plena da personalidade do indivíduo, incluindo aí a educação do corpo como uma necessidade. A gymnastica consistia na metodização da educação do corpo, imprescindível à formação do homem, não só fortalecendo o corpo, mas enriquecendo o espírito e enobrecendo a alma.

Francisco de Amorós y Ondeano[32] (1770-1848) é conhecido por ser um dos fundadores da Educação Física moderna. Em razão de suas ideias liberais e do apoio a José Bonaparte I, em 1814 exilou-se na França e aí desenvolveu a Escola Francesa de Ginástica. Seu método, de inspiração pestalozziana e fundamentado em Locke e Rousseau, defendia a “educação integral”. Contudo, em sua ginástica prevalecia o lado militar sobre o educativo, tal como se pode notar em seu tratado Nouveau Manuel d’Education Physique, Gymnastique et Morale, no qual propõe um soldado da Pátria e um benfeitor da Humanidade.

Diferente da europeia, desenvolvida ao final do século XVIII e início do seguinte, de caráter nacionalista, e visando à disciplina e ao treinamento físico, bem como à defesa nacional, a Educação Física na Inglaterra tomou aspecto diverso de outras nações: seu destaque não se deu na ginástica, mas no Esporte, em estreita relação com as transformações socioeconômicas resultantes das alterações produzidas pela Revolução Industrial, iniciada em 1760. Ainda que adotasse a gymnastica nas escolas básicas, como meio da educação do físico, era no ensino secundário, destinado à aristocracia e à burguesia, que se aprimoravam o cuidado do físico e o cuidado da formação moral, empregando os esportes. No começo do século XIX, o clérigo Thomas Arnold se utilizou de uma forma de ócio da classe dirigente, os jogos populares, para criar um novo modo de educação. O desporto, naquele momento, teve por função propor às classes dirigentes enriquecidas, mas em estado de degradação física e moral, uma formação mais adequada, em relação à tradicional. Apesar de grande reação religiosa e dos meios intelectuais, o desporto foi adotado para responder às conveniências práticas do imperialismo britânico (ROUYER, 1977, citado por FINOCCHIO, 2013)[33].

A partir da segunda metade do século XIX houve, ao seu final, uma biologização da educação física (PAIVA, 2003)[34], ocorrendo a migração da preocupação com a abrangência da formação humana para o estabelecimento de sua especificidade, biológica:

“[...] a educação physica, aquela ampla e integrante do projeto de educação integral, é submetida a uma dupla reconversão: a) foi preciso reduzi-la à gymnastica, codificando-a como disciplina escolar e a ela impondo os trâmites e procedimentos próprios dessa operação – organizar seus tempos e seus espaços, suas metodologias, seus processos de avaliação, a materialidade de suas práticas, etc.; e, b) foi preciso ressignificar, também reduzindo, educação física e gymnastica à ginástica, isto é, aos procedimentos metódicos de exercitação corporal sistematizada visando o ganho de aptidão física.” ( p. 421).

A educação física na escola, por força da influência médica, foi pensada como ginástica em seu sentido de cuidado com o corpo, principalmente com preocupações higiênicas de aptidão física.

Para Finocchio (2013)[35] a sociedade burguesa estabeleceu um perfil biológico de homem:

“[...] Sob essa perspectiva a educação física, inicialmente como ginástica, adotou uma perspectiva dominante, anátomo-fisiológica. Sob os ideais burgueses buscou-se a formação de uma sociedade constituída de homens fortes capazes de produzir e gerenciar riquezas. A Inglaterra do final do século XIX ilustra o pensamento liberal exemplarmente: utilizando-se de uma educação diferenciada, inseriu na educação básica a ginástica para a formação do homo habillis e o esporte para a formação do gentleman.

Finocchio (2013) [36] ao analisar o processo de constituição do pensamento burguês nas relações econômicas, políticas e sociais brasileiras e o papel, dito civilizador, da educação em suas propostas de adequação da nação ao modo de produção capitalista, enfoca as expressões do pensamento burguês na Europa e sua influência sobre a gymnastica/educação física, considerando-a como elemento constitutivo de seu projeto educacional. Num segundo momento, observa a inclusão da Educação Física/Gymnastica na educação burguesa e, finalmente, identifica como essa prática assume funções objetivas em atendimento às sociedades em que se manifestaram e como são organizadas em “métodos” de Gymnastica. Às condições políticas da Alemanha no século XIX, por exemplo, deve-se o desenvolvimento de uma ginástica com função militarnacionalista; no desenvolvimento industrial e científico da Suécia, sobressai uma função nacionalista, de cuidados com o cidadão de forma que pudesse preservar a paz, na formação do soldado e do operário. O método ginástico de Ling (1776-1839) [37], fundamentado em estudos anatomo-fisiológicos, com um viés médico higiênico, é composto por uma série de movimentos segmentados, com uma série racional de movimentos.

A consideração do processo de instituição do pensamento burguês é fundamental, pois, associada à estrutura política e socioeconômica do Segundo Reinado brasileiro, nos permite identificar, por meio do exame da organização dos Planos de Estudos da Escola Secundária (Imperial Collegio de Pedro II), como aquelas propostas educacionais de gymnasticas, originadas na Europa com o desenvolvimento da sociedade burguesa, aqui são efetivamente colocadas em prática e a que função davam atendimento.

De acordo com Cancella (2012) [38]; Cancella e Mataruna (2013); e Finocchio (2013) [39] a prática esportiva em meio militar foi intensificada na virada do século XIX para o XX sob o argumento de que para a estruturação das Forças Armadas era fundamental o desenvolvimento físico do pessoal militar. Estas atividades eram consideradas importantes para a formação não somente de militares mais preparados, mas também de potenciais “soldados-cidadãos” e “cidadãos-marinheiros” entre os praticantes civis. Por isso, as atividades físicas e esportivas foram gradativamente incorporadas aos currículos de instituições de ensino do país, iniciando este processo pelas escolas militares. Para Silva e Melo (2011),

A defesa pela ampliação da educação física no sistema de ensino baseava-se nos benefícios que trariam para o corpo e mente dos jovens. No meio militar, esta defesa era reforçada pelas observações dos cuidados de FFAA de outros países com os processos de preparação do corpo dos combatentes, considerando os exercícios físicos como um dos melhores instrumentos para a manutenção da forma e da disciplina das tropas. Com o crescimento da prática da ginástica nas instituições militares ao longo do oitocentos, muitos de seus membros passaram a atuar no meio civil como instrutores de ginástica nas escolas, uma vez que ainda não existiam escolas de formação em Educação Física no país naquele momento e os militares eram os principais promotores destas práticas no Brasil (SILVA e MELO, 2011)”.

Para Cancella (2011[40], 2012[41]), e Cancella e Mataruna (2013) [42], é pelo Decreto n° 2.116, de 01 de março de 1858, que foram incluídas a esgrima e a natação nos Cursos de Infantaria e Cavalaria da Escola Militar[43] .

Finocchio (2013) entende que não tenha sido casual a designação, em 1860, do primeiro mestre de gymnastica da Escola da Marinha, o civil Pedro Orlandini (Professor italiano de diversos saberes: gymnastica, esgrima, dança, língua inglesa, francês e italiano) e, em 1861, o Alferes Pedro Guilherme Meyer, do Exército. A contratação de um especialista em gymnastica foi feita em atendimento às necessidades militares de proporcionar um aprimoramento na formação das forças armadas, por meio do desenvolvimento físico. Esse processo de profissionalização do Exército, com o treinamento militar para menores, implicou a inserção da gymnastica em suas escolas.

O Decreto n° 4.720, de 22 de abril de 1871[44], regulamenta a Escola da Marinha mantendo a obrigatoriedade das práticas de atividades como esgrima, ginástica e natação em seus cursos.

Três anos após, em 1874, o Decreto n° 5.529, de 17 de janeiro de 1874[45], regulamenta a Escola Militar estabelecendo a obrigatoriedade da prática de ginástica, esgrima, equitação e natação.

Percebe-se a aproximação dos militares não somente das atividades ginásticas, mas também de práticas que possibilitassem o desenvolvimento de habilidades fundamentais para o exercício militar no período, práticas que posteriormente passariam a ser realizadas também em caráter esportivo como a natação, a esgrima e a equitação (Cancella, 2011).

Para essa autora, as preocupações com o preparo técnico e físico dos militares brasileiros ganharam maior projeção com o advento da República. O país que se buscava formar deveria ser forte, treinado e pronto para se inserir no âmbito das maiores nações do planeta. Para isso, o projeto idealizado para este novo país passava por questões de modernização que envolvia não somente os aspectos técnicos e jurídicos, mas também os processos de formação e preparação dos cidadãos e daqueles responsáveis pela garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem: os militares (Cancella, 2011, 2012).

A preparação do oficial alemão é destacada em artigo publicado na Revista Militar de 1901, de autoria do Major Engenheiro Dias de Oliveira, onde as preocupações com os conhecimentos táticos e técnicos da guerra destacava-se também a busca pela melhoria do físico dos militares. Destacava as principais vantagens deste exército afirmando que

“o official d’estado-maior não deve somente desenvolver o espírito, completar a instrucção, já pelo útil jogo da guerra, a resolução de themas tácticos, conferencias, já pelos trabalhos d’ inverno ou de viagens d’ estado-maior. É-lhe igualmente necessário desenvolver as qualidades physicas, tonificar e robustecer o organismo, para supportar com vantagem a inclemência da vida em campanha, como convem a um homem de guerra. Por isso o official alemão, alem das grandes manobras do outomno, dedica-se com paixão aos diversos gêneros de exercícios physicos, como a gymnastica, o cyclismo, a equitação, as marchas de guerra e as demais úteis e atraentes diversões creadas pelo sport moderno.”[46]

Miguel Hoerhann – diretor do Serviço de Educação Física no Maranhão 1903-1910 - fora oficial do exercito austríaco, e seu instrutor. Como ele mesmo afirma:

Ex-Instrutor da  imperial e real marinha de guerra da Áustria, condecorado com a medalha militar de bronze, conferida por sua imperial e real majestade apostólica Francisco Jose I, Imperador da Áustria-Hungria (desde 15 até 23 anos de idade, 1880-1888).”

Em seu livreto sobre o uso da baioneta, refere-se ao estudo comparativo que fizera, cotejando-o com as instruções para a infantaria do Exército brasileiro, guia oficial publicado pela imprensa oficial, no Rio de Janeiro em 1897. Não pretendeu, mesmo, escrever uma obra totalmente original. Esgrima de Baioneta foi publicado no Maranhão em 1904[47]:

Ao Excelentíssimo Senhor Coronel Alexandre Colares Moreira. Digníssimo Governador do Estado do Maranhão. Respeitosamente oferece o autor

Os projetos de modernização para o Exército Brasileiro espelhavam-se nos modelos de organização das Forças estrangeiras. Assim, na edição de 1906 da Revista Militar, o Capitão do Estado-Maior de Artilharia Liberato Bittencourt destacava no artigo “Princípios geraes de organização dos exércitos” 12 temas que deveriam ser levados em conta neste processo de modernização. Entre os princípios elencados pelo autor, destaca-se o de número 10 “[...] Principio de educação physica, intellectual e moral: organisar os exércitos de modo a serem elles grandes escolas de educação physica, intellectual e moral da mocidade [...]”.[48]. Prossegue Cancella (2012) em sua análise:

“O destaque para a função de ser “grandes escolas de educação physica, intellectual e moral da mocidade”, atribuídos ao EB, enfatiza os ideais sobre a necessidade de uma sociedade envolvida com as atividades militares, com as ações de defesa da pátria. Esta perspectiva do Capitão acompanhava, em grande parte, as discussões sobre a necessidade de um novo formato para o EB, mais operativo e menos teórico, seguindo os modelos adotados por potências militares como França, Alemanha e Estados Unidos.”.

Já para Adalson de Oliveira Nascimento (2012) [49]

[...] por muito tempo os exercícios físico-militares fizeram parte dos currículos das escolas civis brasileiras. Isso ocorreu na passagem do século XIX para o XX, período marcado por uma grande tensão política e militar entre as nações europeias, e que levou à Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Esclarece esse autor que o processo foi iniciado no Império, quando Rui Barbosa (1849-1923) [50] planejou uma grande reforma na educação brasileira e a inclusão desses exercícios como atividade curricular. Sua proposta foi elaborada em uma comissão da Câmara dos Deputados encarregada de avaliar a reforma do ensino implementada em 1879 pelo ministro do Império Leôncio de Carvalho (1847-1912):

“A proclamação da República, em 1889, incrementou os exercícios físico-militares nas escolas. Afinal, a filosofia republicana pregava que todo cidadão deveria estar preparado para defender a nação, ou seja, difundiu-se a ideia do cidadão-soldado. A primeira reforma educacional de cunho republicano, posta em prática por Benjamin Constant (1836-1891), em 1890, previa que as escolas primárias do Distrito Federal adotariam os exercícios militares, servindo de referência para outros estados.

De acordo com essa medida, os alunos já tinham que fazer movimentos militares diversos aos sete anos, além de marchar. Aos 13, previa-se o manejo de armas de fogo adaptadas. Os exercícios também fariam parte do currículo no ensino secundário.”. (Nascimento, 2012)[51]

A prática dos exercícios físico-militares nas escolas fazia parte de uma filosofia educacional geralmente desconhecida por regentes e pais. Alguns destes acreditavam que seus filhos corriam o risco de ter que entrar para a carreira militar por estarem participando dessas aulas nas escolas. Também havia aqueles que não viam nenhum sentido ou utilidade nos exercícios. Outros apontavam os riscos para a saúde de crianças e jovens, especialmente por inexistirem espaços físicos para a realização das atividades. (Nascimento, 2012)[52].

Prossegue Nascimento (2012), essas atividades ensinadas por professores e militares tinham como objetivo preparar os alunos, a fim de que pudessem ser chamados para defender a nação em conflitos armados no futuro. O funcionamento dos nossos batalhões formados por estudantes e a prática desses exercícios nas escolas daqui foram bem menos intensos do que na Europa, mas ocorreram em instituições educacionais de vários estados e geraram muita polêmica.

Melo e Peres (2013)[53] e Peres (2013)[54] trazem que a Junta Central de Hygiene Pública[55] apresentava um relatório – a 15 de abril de 1885 -, cuja “espinhosa tarefa” era “levar ao conhecimento do Governo Imperial os factos mais culminantes occorridos no Império relativamente à saúde publica” (1885, p. A-F-1)[56]. A análise da estatística das mortes na cidade do Rio de Janeiro, um dos pontos centrais do relatório, dedicava especial atenção às causas da “notável” mortalidade infantil ocorrida no ano anterior:

Serão os defeitos da educação physica que produzem tão funesto resultado? [...] Incontestavelmente a educação physica das mães e das crianças não é a mais adequada ao nosso clima; a esta proposição se estende desde o recém-nascido até a criança que caminha para a adolescência. [...] si considerarmos a educação physica e a hygiene escolar entre nós, achamol-as eivadas de numerosos e graves inconvenientes. Desenvolver o entendimento sem attender as necessidades do physico é realisar uma educação incompleta (1885, p. A-F-9-10-11).

           Prossegue Peres:

O relatório da Junta Central de Hygiene Pública deixava entrever, não apenas o estabelecimento da relação entre saúde, higiene e exercício corporal, como também sua institucionalização: isto é, enquanto saber médico materializado nas ações do Estado. Na verdade, Domingos José Freire [57], presidente na época da Junta Central de Hygiene Pública, já havia assinalado no relatório do ano anterior que entre as causas que contribuíam para a incidência de epidemias e, em particular, da tuberculose na cidade estavam os “nossos hábitos que condenmam o exercício”, a “vida sedentária” e a “inacção” (1884, p. A-F2-24) [58].

As relações entre higiene, medicina e saúde estruturaram projetos públicos e privados de educação (sobretudo, escolar) da população brasileira no decorrer do Império. Para Peres:

Em maior ou menor grau, tais projetos envolviam uma concepção de educação física, que mobilizava a articulação entre domínios corporais, morais e intelectuais, adequada à nação moderna e civilizada que se pretendia construir, ao mesmo tempo, em que era necessário lidar com condições econômicas, políticas e sociais específicas e concretas de um país recém-independente, periférico e ainda em formação (Melo, Peres, 2013[59])[60].

Assim, a relação entre educação física, exercícios corporais e saúde pública não era gratuita e nem óbvia. Tratava-se de uma construção que se deu de forma lenta, paulatina e muitas vezes pouca harmônica entre atores, práticas e ideias que configuravam o saber médico-científico do século XIX. (MELO, PERES, 2013; PERES, 2013).

 

[1] [...] Entre esses estudos, está o de Cláudia Maria Costa Alves (2000), Cultura Política no século XIX: o Exército como campo de constituição de sujeitos políticos no Império. A autora enfoca as relações entre a formação intelectual dos oficiais militares, a prática militar e a política do governo imperial na constituição de uma intelectualidade que pensava o Exército como o verdadeiro educador do cidadão.” (FINOCCHIO, José Luiz. A inserção da Educação Física/gymnastica na Escola Moderna – Imperial Collegio de Pedro II (1837-1889). 2013. 258f. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Linha de Pesquisa: História, Políticas e Educação. Centro de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2013

[2] Johann Bernard Basedow (1723-1790) como grande admirador de Rousseau, incluiu a ginástica no currículo de sua escola-modelo Philantropinum, em Dessau, Alemanha. À disciplina deu-se o mesmo status das disciplinas intelectuais. Anteriormente ao emprego da ginástica, eram desenvolvidas atividades físicas junto aos alunos do Philantropinum oriundas das práticas medievais, como a equitação, a natação, a esgrima, a dança e os jogos. Posteriormente, seriam acrescidos os exercícios como correr, saltar, arremessar, transportar e trepar, componentes básicos da Ginástica “natural”. (in FINOCCHIO, 2013).

[3] Johann Christoph Friedrich Guts Muths (Quedlinburg, 9 de agosto de 1759 - Waltershausen, 21 de maio de 1839) foi um professor e educador alemão. Guts é conhecido como aquele que desenvolveu as regras para as práticas da educação física, introduzindo um sistema de exercícios nas grades escolares, com os princípios básicos da ginástica artística. Em 1793, Muths publicou Gymnastik für die Jugend, o primeiro livro escrito sistematizado da ginástica. Sete anos mais tarde, seu livro fora traduzido para a língua inglesa e publicado, na Inglaterra - onde tornou-se referência no meio -, sob o título de Gymnastics for youth: or A practical guide to healthful and amusing exercises for the use of schools. http://pt.wikipedia.org/wiki/Guts_Muths

[4] Gerhard Ulrich Anton Vieth (1763-1836) publicou o primeiro de três volumes de sua obra “Ensaios de uma Enciclopédia dos Exercícios do Corpo” (Versuch einer Enzyklopädie der Leibesübungen), onde atribuía importância à prática do exercício físico para a formação moral e física do indivíduo e insistia na obrigatoriedade de Educação Física nos âmbitos da escola e da universidade. Afirmando que os exercícios físicos deveriam visar ao aperfeiçoamento completo do corpo humano, Vieth os classificava de acordo com as diferentes partes do corpo, em exercícios simples e combinados. Preferia, entretanto, classificá-los em exercícios passivos (exercícios de oscilação, atitudes, fricções e massagens, banho e exercícios de endurecimento) e exercícios ativos, que se dividiam em exercícios para os sentidos e para os membros, como marchar, corridas, exercícios de trepar, saltos, dança, exercícios de tração e de repulsão, lançamentos, lutas, esgrimas, volteios e transporte de fardos, além da patinação, do tiro, da equitação e de jogos diversos. Vieth tornou-se o primeiro professor de ginástica a demonstrar a necessidade de se proporcionar ao exercício físico uma base anátomo-fisiológica tendo em vista a sua preparação científica, que lhe permitia compreender e delinear os efeitos biológicos e higiênicos da ginástica, como também estabelecer uma relação de causa e efeito entre a atividade física e as suas influências sobre o corpo. (in FINOCCHIO, 2013).

[5] Vivat Victorius Franziskus Nachtegall (1777–1847), educador dinamarquês, sob a influência de Guts Muths criou um Ginásio ao ar livre, com a finalidade da prática da gymnastica. Mesmo tendo o objetivo educacional em seu programa de educação física, por questões de guerra (Napoleônicas, de 1801 a 1814), perderia sua perspectiva de natureza mais ampla, adquirindo um sentido militar. A Educação na Dinamarca foi dominada pelo nacionalismo, sendo os seus principais objetivos o desenvolvimento da competência militar e o patriotismo de seus cidadãos. (in FINOCCHIO, 2013).

[6] FINOCCHIO, José Luiz. A inserção da Educação Física/gymnastica na Escola Moderna – Imperial Collegio de Pedro II (1837-1889). 2013. 258f. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Linha de Pesquisa: História, Políticas e Educação. Centro de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2013.

[7] FINOCCHIO, 2013, obra citada.

[8] Friedrich Ludwig Christoph Jahn (Lanz, Prússia, 11 de agosto de 1778) estudou teologia e filologia na Universidade de Greifswald. No ano de 1811, sistematizou a prática da ginástica e a transformou em modalidade esportiva. Durante esse tempo, criou as associações Turnwerein – clubes de ginástica - para jovens praticantes e interessados. Por conta disso, é considerado o pai da ginástica. Com o passar do tempo, seus centros foram considerados abrigos de discussões políticas, pois lá se cultivavam a força moral e a exaltação patriótica. Foi influente na organização do movimento de Burschenschaft, que promovia os ideais nacionalistas entre estudantes da universidade alemã. Morreu em outubro de 1852, aos 74 anos. http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Ludwig_Jahn

[9] FINOCCHIO, 2013, obra citada.

[11] COERTJENS, Marcelo, GUAZZELLI, Cesar Barcellos; e WASSERMAN, Cláudia. Club de Regatas Guahyba-Porto Alegre: o nacionalismo em revistas esportivas de um clube teuto-brasileiro (1930 e 1938). In Rev. bras. Educ. Fís. Esp, São Paulo, v.18, n.3, p.249-62, jul./set. 2004, disponível em http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/rbefe/v18n3/v18n3a04.pdf

[12] VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; VAZ Delzuite Dantas Brito. Os escolares e os jogos/esportes em Maranhão. In http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 9 - N° 61 - Junio de 2003          

[13] TESCHE, Leomar. A prática do Turnen entre os imigrantes alemães e seus descendentes no Rio Grande do Sul:1867 – 1942. Ijuí: Unijuí, 1996.

TESCHE, Leomar. O Turnen, a Educação e a Educação Física ns Escolas Teuto-brasileiras,no Rio Grande do Sul: 1852 – 1940. Ijuí: Unijuí, 2002.

[14] TESCHE, L. O TURNEN, a Educação e a Educação Física. Ijui: Unijui, 2002

[15] TESCHE, Leomar. A Prática do Turnen entre Imigrantes Alemães e seus descendentes no Rio Grande do Sul: 1867-1942. Ijuí: Ed. Unijuí, 1996.

TESCHE, L. O TURNEN, a Educação e a Educação Física. Ijui: Unijui, 2002

TESCHE, Leomar.. O Turnen, a Educação e a Educação Física nas Escolas Teuto-brasileiras, no Rio Grande do Sul: 1852-1940. Ijuí: Ed. Unijuí, 2002.

TESCH Leomar. Turnen: transformações de uma cultura corporal europeia na
América
. Ijuí: Ed. Unijuí, 2011

[17] http://www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe2/pdfs/Tema6/0610.pdf

SEYFERTH, Giralda. Nacionalismo e identidade étnica.

[18] Jean-Jacques Rousseau (Genebra, 28 de Junho de 1712Ermenonville, 2 de Julho de 1778) foi um importante filósofo, teórico político, escritor e compositor autodidata suíço. É considerado um dos principais filósofos do iluminismo e um precursor do romantismo.

[20] Johann Bernard Basedow (1723-1790) estabeleceu sua escola-modelo – Philanthropinum, em Dessau, Alemanha, onde a ginástica estava incluída no currículo escolar e possuía o mesmo status que as disciplinas intelectuais. Inicialmente, nessa instituição eram praticadas atividades originárias dos tempos medievais como a equitação, o volteio, a natação, a esgrima, a dança e os jogos, posteriormente, foram acrescentados exercícios naturais como o correr, saltar, arremessar, transportar e trepar. http://www.ahistoria.com.br/esportesjogos/educacao-fisica-escolar.html

[21] Christian Gotthilf Salzmann (1744-1811), pedagogo e educador alemão, criou um estabelecimento semelhante ao de Basedow, localizado, também, na Alemanha, na cidade de Schnepfenthal. Era, nele, acentuada a importância da educação sensorial para a formação física, para o desenvolvimento e aperfeiçoamento da capacidade intelectual do educando, como também, desenvolvido o interesse educativo do esforço, que deveria ser executado de acordo com as possibilidades dos alunos. http://www.ahistoria.com.br/esportesjogos/educacao-fisica-escolar.html

[22] Johann Christoph Guts Muths (1759-1839), educador alemão, iniciou a lecionar como professor de Ginástica no Instituto de Schnepfenthal, fundado por Salzmann, e lá permaneceu por 54 anos. A Educação Física para Guts Muths possuía, então, o objetivo de exercitar uma ação educativa destinada a harmonizar o corpo com as forças espirituais e morais e desenvolver, na criança, qualidades e capacidades que lhe permitisse superar obstáculos de caráter físico. Observa-se, também, a sua preocupação em proporcionar às mulheres atividades físicas, fundando a primeira escola de ginástica feminina onde os exercícios físicos eram adaptados ao sexo, como, também, possuía a consciência do valor que o esporte oferecia à formação física e da personalidade da juventude.. http://www.ahistoria.com.br/esportesjogos/educacao-fisica-escolar.html

[23] Fonte: Preisinger, M. (Arquivos de Schnepfenthal – 1998)

[24] Em janeiro de 1999, o Prof. Dr. Lamartine Pereira Da Costa fez um anúncio através do CEV (Centro Esportivo Virtual www.cev.org.br): “Permitam-me iniciar o ano de 1999 fazendo um anuncio importante para o desenvolvimento da Historia do Esporte no plano nacional e internacional, como também mobilizar os amigos da Lista e fora dela para que sejam iniciadas pesquisas no tema que se segue.”.

[25] in DICIONÁRIO DAS FAMÍLIAS BRASILEIRAS, vol. II, BARATA, Carlos Eduardo de Almeida; CUNHA BUENO, Antônio Henrique da. Arquivos da Biblioteca Pública “Benedito Leite”.  

[26] John Locke (Wrington, 29 de agosto de 1632Harlow, 28 de outubro de 1704) foi um filósofo inglês e ideólogo do liberalismo, sendo considerado o principal representante do empirismo britânico e um dos principais teóricos do contrato social. Locke rejeitava a doutrina das ideias inatas e afirmava que todas as nossas ideias tinham origem no que era percebido pelos sentidos. A filosofia da mente de Locke é frequentemente citada como a origem das concepções modernas de identidade e do "Eu".  O conceito de identidade pessoal, seus conceitos e questionamentos figuraram com destaque na obra de filósofos posteriores, como David Hume, Jean-Jacques Rousseau e Kant. Locke foi o primeiro a definir o "si mesmo" através de uma continuidade de consciência. Ele postulou que a mente era uma lousa em branco (tabula rasa). Em oposição ao Cartesianismo, ele sustentou que nascemos sem ideias inatas, e que o conhecimento é determinado apenas pela experiência derivada da percepção sensorial. Locke escreveu o Ensaio acerca do Entendimento Humano, onde desenvolve sua teoria sobre a origem e a natureza do conhecimento. Suas ideias ajudaram a derrubar o absolutismo na Inglaterra. Locke dizia que todos os homens, ao nascer, tinham direitos naturais - direito à vida, à liberdade e à propriedade. Para garantir esses direitos naturais, os homens haviam criado governos. Se esses governos, contudo, não respeitassem a vida, a liberdade e a propriedade, o povo tinha o direito de se revoltar contra eles. As pessoas podiam contestar um governo injusto e não eram obrigadas a aceitar suas decisões. Dedicou-se também à filosofia política. No Primeiro Tratado sobre o Governo Civil, critica a tradição que afirmava o direito divino dos reis, declarando que a vida política é uma invenção humana, completamente independente das questões divinas. No Segundo Tratado sobre o Governo Civil, expõe sua teoria do Estado liberal e a propriedade privada. http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Locke

[27] FINOCCHIO, 2013, obra citada.

[28] FINOCCHIO, 2013, obra citada.

[29] KANT, Immanuel (1724-1804). Sobre a Pedagogia. Trad. Francisco Cock Fontanella. Piracicaba: Unimep, 1996.

[30] FINOCCHIO, 2013, obra citada.

[31] FINOCCHIO, 2013, obra citada.

[32] Francisco Amorós y Ondeano (Valência, 1770Paris, 1848) foi um professor e militar espanhol, naturalizado francês. Iniciou seu trabalho na Espanha, e em 1814, desenvolveu suas ideias no contexto da ginástica. Seu trabalho consolidou-se na França, no século XIX, na Escola de Ginástica Francesa. Em 1818, criou o Ginásio Militar, no qual deu origem a ginástica eclética, que misturou as técnicas e ideias de Guts Muths e Jahn. Após, idealizou uma série de itens que considerava essencial para sua obra, entre eles, a ênfase à resistência à fadiga, o andar e o correr sobre terrenos fáceis ou difíceis, o saltar em profundidade, extensão e altura, com ou sem ajuda de materiais, a arte de equilibrar-se em traves fixas, o transpor barreiras, o lutar de várias maneiras, o subir com auxilio de corda com nós ou lisa, fixa ou móvel, a suspensão pelos braços, a esgrima e vários outros procedimentos aplicáveis a um grande número de situações de guerra ou de interesse público geral. Amoros faleceu em 1848, aos 78 anos de idade. http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Amoros

[33] FINOCCHIO, 2013, obra citada.

[34] PAIVA, Fernanda Simone Lopes de. Sobre o pensamento médico-higienista oitocentista e a escolarização: condições de possibilidade para o engendramento do campo da Educação Física no Brasil. 2003. 475 f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2003.

[35] FINOCCHIO, 2013, obra citada.

[36] Cancella, Karina Barbosa; MATARUNA, Leonardo.  Liga Militar de Football e a Liga de Sports da Marinha: uma análise comparativa do processo de fundação das primeiras entidades de organização esportiva militar do Brasil. In HOFMANN, Annette; VOTRE, Sebastião (organizadores). Esporte e Educação Física ao redor do mundo – passado, presente e futuro. Rio de Janeiro: Editora Gama Filho, 2013, p. 119-132.

FINOCCHIO, 2013, obra citada.

[37] Pier Henrich Ling, militar e instrutor de esgrima na Universidade de Luna, desenvolveu um método sob uma concepção anatômica, com exercícios corretivos, com base nos preceitos e princípios científicos incorporados ao sistema de educação e, portanto, à gymnastica.

[38] Cancella, Karina. A defesa da prática esportiva como elemento de preparação dos militares por meio das publicações institucionais “Revista Marítima Brasileira” e “Revista Militar”. Anais do XV Encontro Regional de História da ANPUH-RIO, 2012. Disponível em http://www.encontro2012.rj.anpuh.org/resources/anais/15/1338498190_ARQUIVO_ANPUH2012_KarinaBarbosaCancella.pdf

[39] Cancella, Karina Barbosa; MATARUNA, Leonardo.  Liga Militar de Football e a Liga de Sports da Marinha: uma análise comparativa do processo de fundação das primeiras entidades de organização esportiva militar do Brasil. In HOFMANN, Annette; VOTRE, Sebastião (organizadores). Esporte e Educação Física ao redor do mundo – passado, presente e futuro. Rio de Janeiro: Editora Gama Filho, 2013, p. 119-132.

FINOCCHIO, 2013, obra ciatada.

[40] Cancella, Karina Barbosa O esporte e a Marinha do Brasil: primeiras aproximações e a institucionalização da prática esportiva através da criação da Liga de Sports da Marinha. In Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011, disponível em http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1307817368_ARQUIVO_KARINABARBOSACANCELLA_ANPUH2011_corrigido.pdf

[41] Cancella, 2012, obra ciatada.

[42] Cancella; MATARUNA, 2013, obra citada,  p. 119-132.

[43] BRASIL. Decreto n° 2.116, de 01 de março de 1858. Aprova o Regulamento reformando os da Escola de aplicação do exercito e do curso de infantaria e cavalaria da Província de S. Pedro do Rio Grande do Sul, e os estatutos da Escola Militar da Corte. Disponível em: http://www.camara.gov.br/Internet/InfDoc/conteudo/colecoes/ Legislacao/1858-pronto/leis-1858/dec%20n%b02116-p1-01031858.pdf#page=1.

[44] BRASIL. Decreto n° 4.720, de 22 de abril de 1871. Altera o Regulamento da Escola de Marinha, em virtude da autorização contida no § 18 art. 8º da Lei nº 1836 de 27 de Setembro de 1870. Disponível em: http://www.camara.gov.br/internet/infdoc/conteudo/colecoes/legislacao/legimpcd-06/leis1871/pdf51.pdf#page=7 .

[45] BRASIL. Decreto n° 5.529, de 17 de janeiro de 1874. Aprova o Regulamento para as Escolas do Exercito. Disponível em: http://www.camara.gov.br/internet/infdoc/conteudo/colecoes/legislacao/legimpcd-06/leis1874-v1e2/pdf15.pdf#pag e=10.

[46] OLIVEIRA, Dias de. O Exercito Alemão. Revista Militar, ano III, 1901, p. 188-189, citado por Cancella, 2012, obra citada.

[48] BITTENCOURT, Liberato. Princípios geraes de organização dos exércitos. Revista Militar, ano VIII, p. 341, citado por Cancella, Karina. A defesa da prática esportiva como elemento de preparação dos militares por meio das publicações institucionais “Revista Marítima Brasileira” e “Revista Militar”. Anais do XV Encontro Regional de História da ANPUH-RIO, 2012. Disponível em http://www.encontro2012.rj.anpuh.org/resources/anais/15/1338498190_ARQUIVO_ANPUH2012_KarinaBarbosaCancella.pdf

[49] NASCIMENTO, Adalson de Oliveira. Guerreiros mirins. In REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL, Outubro de 2012, disponível em http://www.revistadehistoria.com.br/secao/educacao/guerreiros-mirins

[50] Ruy Barbosa de Oliveira (Salvador, 5 de novembro de 1849Petrópolis, 1 de março de 1923) foi um polímata brasileiro, tendo se destacado principalmente como jurista, político, diplomata, escritor, filólogo, tradutor e orador. Um dos intelectuais mais brilhantes do seu tempo, foi um dos organizadores da República e coautor da constituição da Primeira República juntamente com Prudente de Morais. Ruy Barbosa atuou na defesa do federalismo, do abolicionismo e na promoção dos direitos e garantias individuais. Primeiro Ministro da Fazenda do novo regime, sua breve e discutida gestão foi marcada pela crise do encilhamento sob a proposição de reformas modernizadoras da economia. Destacou-se, também, como jornalista e advogado. Foi deputado, senador, ministro. Em duas ocasiões, foi candidato à Presidência da República. Empreendeu a Campanha Civilista contra o candidato militar Hermes da Fonseca. Notável orador e estudioso da língua portuguesa, foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras, sendo presidente entre 1908 e 1919. Como delegado do Brasil na II Conferência da Paz, em Haia (1907), notabilizou-se pela defesa do princípio da igualdade dos estados. Sua atuação nessa conferência lhe rendeu o apelido de "O Águia de Haia". Teve papel decisivo na entrada do Brasil na Primeira Guerra Mundial. Já no final de sua vida, foi indicado para ser juiz da Corte Internacional de Haia, um cargo de enorme prestígio, que recusou. http://pt.wikipedia.org/wiki/Rui_Barbosa

[51] NASCIMENTO, 2012, obra citada.

[52] NASCIMENTO, 2012, obra citada.

[53] MELO, V. A., PERES, F. F. O corpo da nação: posicionamentos governamentais sobre a educação física no Brasil monárquico. História, ciências, saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, 2013, no prelo.

[54] PERES, Fábio. Educação Física, Higiene e Saúde Pública na Corte – Parte 1. Blog História(s) do Sport, disponibilizado em dezembro de 2013, in http://historiadoesporte.wordpress.com/2013/12/15/educacao-fisica-higiene-e-saude-publica-na-corte-parte-1/#like-4117 , acessado em 14 de dezembro de 2013.

[55] A Junta Central de Hygiene Pública, inicialmente chamada apenas de Junta de Hygiene Pública, foi criada em 1850 (Decreto nº 598, de 14 de Setembro de 1850. Concede ao Ministério do Império hum credito extraordinário de duzentos contos para se exclusivamente despendido no começo de trabalhos, que tendão a melhorar o estado sanitário da Capital e de outras Povoações do Império), como um dos principais desdobramentos das medidas que tinham o objetivo de melhorar o estado sanitário da capital e do Império, em geral. In PERES, 2013, obra ciatada.

[56] FREIRE, Domingos José. Relatório do Presidente da Junta Central de Hygiene Publica. In: BRASIL. Ministério do Império. Relatorio do anno de 1884 apresentado a assemblea geral legislativa na 1ª sessão da 19ª legislatura (publicado em 1885). Rio de Janeiro: Ministério do Império. p.A-F-1 – A-F-9. 1885, citado por PERES, 2013.

[57] Maiores informações sobre o médico Domingos José Freire ver BENCHIMOL, Jaime Larry. A instituição da microbiologia e a história da saúde pública no Brasil. Ciênc. saúde coletiva. 2000, vol.5, n.2, p. 265-292 e BENCHIMOL, Jaime L. Domingos José Freire e os primordios da bacteriologia no Brasil. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Jun 1995, vol.2, no.1, p.67-98; citado por PERES, 2013, obra citada.

[58] FREIRE, Domingos José. Relatório apresentado ao governo imperial pelo Dr. Domingos José Freire, Presidente da Junta Central de Hygiene Publica. Epidemias na cidade e subúrbios. Endemias. Tuberculoses pulmonares. In: BRASIL. Ministério do Império. Relatorio do anno de 1883 apresentado a assemblea geral legislativa na 4ª sessão da 18ª legislatura (publicado em 1884). Rio de Janeiro: Ministério do Império. p.A-F2-1 – A-F2-39. 1884; citado por PERES, 2013, obra citada.

[59] MELO, PERES, 2013, obra citada .

[60] PERES, 2013; obra citada.