Resumo

A ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) tem aumentado de forma expressiva no mundo e, consequentemente, seu impacto nos gastos públicos. Existe consenso na literatura de que a prática de exercícios físicos contribui para o tratamento e prevenção de DCNT; entretanto não há dados substanciais que avaliem o seu impacto sobre os custos para a saúde pública. Objetivo: Avaliar a associação entre a prática de atividades físicas e os gastos com saúde de adultos atendidos pelo serviço de atenção básica. Metodologia: Foram avaliados 963 pacientes com idade ≥50 anos, de cinco unidades básicas de saúde da cidade de Bauru-SP. As variáveis analisadas foram: i) gastos com serviços de saúde obtidos através dos prontuários clínicos; ii) condição econômica, histórico de doenças, nível de atividade física atual e prévia, avaliados através de questionários; iii) medidas antropométricas (peso, altura e circunferência de cintura) e; iv) pressão arterial. Os procedimentos estatísticos utilizados foram: teste t de Student, teste qui-quadrado e regressão logística binária. Todos os procedimentos foram efetuados por software específico (SPSS 13.0) e o nível de significância adotado foi de <5%. Resultados: A idade média do grupo foi de 65±9 anos e dos pacientes avaliados, 73,4% (n= 707) eram do sexo feminino Encontraram-se taxas elevadas de doenças do aparelho circulatório (80,1%). Indicadores de adiposidade central e total associaram-se com maiores gastos totais (p= 0,001). Indivíduos fisicamente ativos no esporte (RC= 0.62 [0.40-0.97]) e no lazer (RC= 0.57 [0.37-0.87]) apresentaram chances reduzidas de estarem inseridos nos grupos de maior gasto total. O tracking de atividade física não apresentou efeito sobre os gastos com saúde.

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