Resumo

Este trabalho teve por objetivo avaliar a relação entre a suplementação com vitaminas antioxidantes C e E e variação nas concentrações de biomarcadores de alteração muscular em atletas masculinos profissionais de voleibol. Fizeram parte do estudo 11 jogadores profissionais de voleibol, com idades entre 18 e 35 anos, os quais foram subdivididos em dois grupos experimentais: grupo 1 — suplementação de 750mg/dia de ácido ascórbico e grupo 2 — suplementação de 750mg/dia de α-tocoferol por 60 dias. Foram realizadas dosagens bioquímicas dos biomarcadores de lesão muscular creatino cinase (CK), lactato desidrogenase (LDH), aspartato amino transferase (AST) e alanina amino transferase (ALT) antes, imediatamente após e 12 horas depois de um teste de carga retangular a 80% do pico de velocidade que foi determinado em um teste máximo. Estes procedimentos foram realizados antes e após 60 dias de suplementação. Com base nos resultados, foi verificado que o exercício pode aumentar a liberação de CK e o esperado é que mesmo após 12 horas de recuperação estes valores continuem aumentando, pois esta enzima pode ter um pico em 24 a 48 horas após a realização da atividade. A enzima LDH parece ser menos influenciada pela ação do exercício, embora as concentrações tendam a estar mais elevadas no final do exercício. O exercício também influencia a liberação de AST, que aumenta ao final da atividade, e tende a retornar a valores prévios após 12 horas de recuperação. Foi observado que no grupo suplementado com ácido ascórbico, a vitamina parece não exercer influência sobre a redução nas concentrações de CK, LDH, AST e ALT, pois as mesmas aumentaram em relação ao período pré-suplementação. No entanto, o grupo suplementado com α-tocoferol, apesar de apresentar aumento de CK, LDH e AST influenciados pela ação do exercício, estes valores apresentaram-se significativamente menores do que no período pré-suplementação. Além disso, o grupo suplementado com vitamina E, apresentou as concentrações de biomarcadores de lesão muscular menores do que no período pré-suplementação e, como estes parâmetros bioquímicos podem ser utilizados como indicadores de estresse durante protocolos de esforços predominantemente anaeróbios, pode-se dizer que a suplementação com vitamina E parece ter exercido um efeito protetor em relação a este estresse.