Resumo

A prática de exercício físico intenso tem uma forte influência nos hábitos
alimentares em atletas, condicionando também a própria composição
corporal. A ginástica, devido ao seu volume de treino, a nível físico e
psicológico, torna-se numa modalidade desportiva que exige, das suas
praticantes, corpos delgados e de reduzido peso. É ainda de realçar o facto
da carreira destas atletas ser muito curta, daí abrangendo idades muito
jovens, onde ocorrem importantes e determinantes processos de formação
e de crescimento, que terão consequências na vida futura. O objectivo deste
estudo visa avaliar a ingestão alimentar em jovens atletas do sexo feminino
praticantes de ginástica rítmica e de ginástica artísitica feminina (n=44),
com idades que variam entre os 7 e os 19 anos. A metodologia utilizada
baseia-se na caracterização do treino realizado pelas respectivas ginastas e
na aplicação de um inquérito de recolha alimentar das 24 horas anteriores
(RA2 4 ) e de um di á r io a l iment a r de 3 di a s cons e c u t ivos (DA3). A
quantificação alimentar na RA24 foi feita por comparação com fotografias
de alimentos, sendo que para a conversão de alimentos em nutrientes,
utilizamos a base de dados do programa Food Processor Plus. Realizando
uma análise comparativa dos referidos métodos, verificamos que a média
da ingestão alimentar diária revelada no DA (1996.0 Kcal±585.4) é
ligeiramente superior à da RA24 (1913.2 Kcal±518.05). Alguns nutrientes
mostram valores superiores no DA3 e outros na RA24. Registaram-se
g ra n d e s d i s p a r i d a d e s ap e n a s n a i n ge s t ã o d e c a fe í n a : n a R A 2 4 -
83.2mg±360.71 e no DA3 - 15.1mg±18.65. As ginastas apresentam uma
alimentação desequilibrada, monótona e de valor energético inferior ao
desejável para a idade.

Acessar