Resumo

A Educação Física, além de seu tradicional valor educacional, obteve destaque por seu fundamental papel na prevenção, manutenção e promoção da saúde, contribuindo para a melhoria da qualidade, a elevação da expectativa de vida da população e no combate à inatividade física – uma das principais causas de morte no mundo (LEE et al., 2012) – que precisa ser realizado em todas as faixas etárias. O presente estudo tem como objetivos descrever o percentual de escolares que tiveram duas ou mais aulas de Educação Física na última semana e verificar a interdependência entre a participação em aulas de Educação Física e os níveis de atividade física de jovens brasileiros através de dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), que tem como público-alvo os escolares do 9º ano do Ensino Fundamental matriculados em escolas públicas e privadas do Ensino Básico brasileiro. A PeNSE é uma pesquisa epidemiológica, de base escolar e foi desenvolvida pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Educação e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Referente a prática de atividade física foi utilizado um questionário estruturado e autoaplicável, respondido pela amostra (n=60.973, em 2009; n=109.104, em 2012), em coletas de dados realizadas entre março e junho (2009) e abril e setembro (2012). O estudo desta dissertação utilizou os dados da PeNSE de 2009 e 2012 e é caracterizado como uma pesquisa transversal, com por análises transversais e ecológicas (FLORINDO; HALLAL, 2011; THOMAS et al., 2012). A variável dependente é o nível de atividade física (considerados ativos os escolares que alcançam 300+ minutos de atividade física por semana) e a principal variável independente é a participação em aulas de Educação Física. Estatística descritiva foi utilizada para analisar as variáveis demográficas e o coeficiente de correlação de Spearman para avaliar a interdependência entre as variáveis dependente e independente. Aproximadamente 40% dos alunos (2009 e 2012) tiveram duas aulas semanais de Educação Física. Em 2009 os percentuais foram mais elevados, tanto no extremo inferior (Nordeste = 37,7%) como no extremo superior (Sul – 49,8%). Em 2012, o Nordeste foi a região com o menor percentual de escolares que alcançaram 300+ minutos de atividade física por semana (29,5%) e o Sul (37,3%) esteve no extremo oposto. Há predominância da faixa etária de 14 anos, maior percentual de meninas e as dependências administrativas em sua maioria são escolas públicas. Foi encontrada uma forte correlação negativa (rho -0,84; p<0,001 em 2009 e rho -0,81; p<0,001 em 2012) entre não ter participado de aulas de Educação Física nos últimos sete dias e o percentual de estudantes que atingem 300+ minutos por semana de atividade física. Aonde há aula de Educação Física os escolares obtém os maiores níveis de atividade física, equivalente a 300+ minutos por semana. Modificações na legislação criando a obrigatoriedade de três aulas de Educação Física por semana são recomendadas. 

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