Resumo

Os movimentos dos animais, quando observados descuidadamente, apresentam uma configuração de stabilidade e consistência muito marcante. Contudo, quando o nosso lhar se aperfeiçoa e a minúcia substitui a visão distante, cada cção, cada movimento, ganha traços únicos. De facto, mesmo que a nossa intenção fosse a de produzir sempre a mesma acção, xactamente da mesma maneira, não o conseguiríamos fazer. A razão de tal inconsistência prende-se com a tremenda dimensão do sistema que é preciso controlar: muitos componentes músculo- rticulares, muitíssimas unidades motoras envolvidas, mesmo na mais simples das acções, um sistema nervoso que pela sua dimensão, strutura e complexidade, apenas assegura o cumprimento funcional dos objectivos gerais do sistema, com tolerância pela ariação ao nível do detalhe. O sistema organiza-se em função do objectivo. Esta variabilidade funcional do sistema intrigou os studiosos do movimento. À falta de melhor compreensão remeteram todo o problema da variabilidade para o capítulo de "erros do sistema", ou, numa evolução da teoria da informação, como um omponente de ruído. O ruído, em sistemas artificiais, pode ser emovido. Mas nesses sistemas são conhecidos o input e o output do sistema, o que claramente não é o caso de sistemas biológicos. Nestes, o ruído tem que ser detectado na estrutura do output (NEWELL et al., 2006). Ora a aplicação ao estudo do movimento da teoria da nformação pouco mais fez que tratar a variabilidade como ruído, eliminando-a da análise e do problema (LATASH, 1998).

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