Editora Fontoura. None None. 160 páginas.

Sobre

Não há palavras que traduzam a música orquestrada que anunciava o espetáculo e instaurava nos presentes a aura mágica do tão esperado circo, desde que ele chegava à cidade. Menino, após a música eu era despertado pela voz retumbante do mestre de cerimônias, aquele homem de cartola que dizia “Respeitável público...”, uma galanteria que tornava importantes meninos, meninas, pais e mães, os passageiros habituais do circo. Debaixo da lona, a pipoca era mastigada com distração, enquanto os olhos devoravam as guloseimas que desfilavam no tabuleiro levado ao peito pela garota de chapeuzinho rosa. Eu queria ser tanta coisa! Entre elas, artista de circo. Chegando em casa, com os irmãos, tentávamos o equilíbrio na corda a dezenas de metros de altura, domávamos tigres e leões, fazíamos contorcionismos e girávamos no globo da morte. A imaginação disparava, não tinha limites. No próximo circo a gente ia arranjar uma ocupação qualquer, dessas de vender pipoca para as crianças e correr o mundo debaixo daquela lona, até virar artista. Toda criança quer ser palhaço, toda criança quer ser trapezista, toda criança quer ser malabarista. Mas nem toda criança quer ir para a escola. Quem sabe a gente mudasse isso se a escola se parecesse com o circo. Não dá para fazer uma escola que tenha cara de criança? Que tenha cara de circo? Uma escola que tenha brincadeira?Pronto! Em resumo, é isso que o livro “Jogando com o circo” propõe. O livro fala pouco e bem, e sugere muitos e bons jogos. O livro sugere que a escola encante os alunos, que se transforme naquele lugar aonde todos querem ir, como o circo. Simples assim! A receita é que os jogos tenham vez, que os jogos sejam o conteúdo privilegiado das aulas, coisa que, por enquanto, só acontece, aqui e ali, nas aulas de Educação Física. Por que só nas aulas de Educação Física? As de Português, de Matemática, de Ciências também não podem ser divertidas? Claro que podem, e há muitos professores e professoras fazendo isso.

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