Resumo

Muitas pesquisas demonstram os benefícios de educar para a justiça social em programas de formação de professores de educação física. Este corpo de conhecimento aponta que a pedagogia da justiça social permite que os professores recém-formados desenvolvam um maior senso de ativismo social e propósito comunitário em seu ensino, o que os posiciona com mais firmeza para enfrentarem os obstáculos políticos e profissionais existentes na carreira docente. A perspectiva da justiça social permite que educadores e alunos de programas de formação de professores de Educação Física trabalhem juntos para se conscientizar das estruturas de poder na sociedade que levam a injustiças sociais. Embora existam estudos abrangentes sobre justiça social e pedagogia crítica na formação de professores de Educação Física, há muito a aprender sobre como os educadores destes programas conceituam e implementam esta pedagogia. Particularmente no Brasil, existem poucas pesquisas que confrontam e analisam dados de inúmeras práticas pedagógicas emancipatórias em formação em educação física, a fim de transformar essas práticas em um corpo coerente de narrativas críticas e conhecimentos compartilhados. O objetivo deste artigo é, portanto, explorar os desafios, as lutas e prazeres que dois educadores em programas de formação de professores de educação física enfrentaram ao tentarem implementar a pedagogia crítica no Brasil. Um arcabouço teórico baseado na pedagogia crítica de Paulo Freire é empregado para discutir as narrativas complementares apresentadas neste artigo. Ao final, proclamamos nossa esperança de que a pedagogia crítica possa apontar alguns caminhos para as lutas político-democráticas em um momento em que a educação pública no Brasil está sob severo ataque promovido pelas forças de direita que atualmente ocupam as cadeiras presidenciais e do Ministério da Educação.

Acessar