Resumo

A dissertação gira em tomo de uma grande provocação às teorias do lazer ligadas à dicotomia do tempo produtivo e tempo livre, por isso a escolha do presídio. Com Habermas é possível trazer dois campos teóricos do lazer distintos, os que estruturam o lazer pela cultura e outro referencial que valoriza um lazer pago, mostrando que é plausível compreender o lazer em um sentido amplo sem direcioná-Io a uma análise única. No lazer, a teoria habermasiana ampara a critica à dicotornia Lazer- Trabalho, bem como as teorias normativas do lazer ou as que referem o lazer pelo viés funcionalista ligado a um lazer mercadoria. A Teoria da Ação Comunicativa explica o lazer pela busca do prazer, neste referencial abarca a cultura (mundo da vida) e a industria cultural (sistema), sendo uma importante teoria para entender a totalidade das práticas de lazer contemporâneas. Ao analisarmos o presídio pela Teoria da Ação Comunicativa, podemos inserir no presídio o conceito de ação, ampliando-o. Mostrando que não somente de ações estratégicas vive o presídio. O grupo de amigos, as formas de solidariedade, a própria linguagem desenvolvida são exemplos da existência do agir comunicativo e da cooperação. Com um entendimento amplo do lazer e presídio é possível entender o lazer dos presos a partir dos valores trazidos do mundo da vida e também pela construção das normas internas na reclusão. Por isso o lazer estudado reflete os valores construídos pela sociedade dos cativos.

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