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Plano de Ação Global na Covid Longa – Uma chamada para a ação!
Prof.a Dra. Ana Maria de Freitas Miragaya
UNESA - Universidade Estácio de Sá, Campus Petrópolis

Olá! Tudo bem? Hoje vamos conversar um pouquinho sobre como mantermos pessoas
mais ativas utilizando estratégias globais e também locais.
Em 2015 a ONU publicou a Agenda 2030, com 17 Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS), para superar os principais desafios de desenvolvimento da
humanidade, promovendo o crescimento sustentável global até 2030.
O ODS de número 3, garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem estar
para todas e todos, em todas as idades, é o mais essencial, pois sem saúde o sucesso da
Agenda ficará comprometido.
A ciência já vem mostrando há muito tempo que a boa saúde pode ser conseguida
através da prática regular de atividade física, que contribui para a prevenção e o
tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, para a redução do declínio
cognitivo, dos sintomas de depressão e de ansiedade. A Organização Mundial da Saúde
(OMS) estima que até 5 milhões de mortes por ano poderiam ser evitadas se a
população global fosse mais ativa. Estudos recentes têm demonstrado como a atividade
física atua no organismo para a construção de imunidade contra várias doenças,
inclusive contra a Covid-19 e a Covid Longa. Segundo o Conselho Federal de Educação
Física (CONFEF), no Brasil, há muitas leis que reconhecem a prática regular da atividade
física como essencial à saúde.
Pesquisas apontam que a inatividade física e o sedentarismo são muito mais do que
desafios para a saúde das pessoas: além do sofrimento para os doentes e suas famílias,
seus custos financeiros são gigantescos.
Em vista desses fatos, a OMS lançou em 2018 o Plano de Ação Global para Atividade
Física 2018-2030, com o objetivo de reduzir a inatividade física de adolescentes e adultos
em 15% até 2030. Esse plano conclama governos, setores públicos e privados, entidades
e cidadãos para uma cruzada em favor da prática de atividade física regular.
As ações de cunho político sobre atividade física, que implicam em políticas públicas,
multiplicam os benefícios à saúde das populações acarretando mudanças positivas
sociais e econômicas, contribuindo diretamente para se alcançarem os ODS, como, por
exemplo, a educação de qualidade, a sustentabilidade, o desenvolvimento de parcerias.
É justamente o desenvolvimento de parcerias que pode levar a uma ação nacional
efetiva para reverter as tendências atuais de inatividade física focando numa
abordagem "baseada em sistemas", segundo a OMS. Ou seja, uma combinação
estratégica de ações políticas públicas, mais globais, com ações destinadas às pessoas,
individualmente, mais locais.
Na realidade, para se diminuírem os níveis de inatividade física é necessária uma
combinação de sistemas, pois não há uma única solução política.

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Dessa forma, com pensamento no global e olho no local, e preocupado com as nefastas
consequências emergentes da Covid-19 e da Covid Longa, o CELAFISCS, em 2020, lançou
o Manifesto Internacional para a Promoção da Atividade Física no Pós-Covid-19:
Urgência de uma Chamada para a Ação.
O objetivo essencial desse documento com 12 recomendações é sensibilizar e impactar

os mais diversos grupos populacionais, órgãos governamentais, órgãos não-
governamentais assim como a iniciativa privada, chamando a atenção para a

emergência que estamos vivendo. Precisamos que a população se engaje e tenha
adesão à prática regular de atividade física. É urgente promover uma vida mais ativa,
considerando as consequências, impactos e eficácia no alívio e na redução de
pandemias, como a da Covid-19 e a Covid Longa, principalmente quando se promove a
prática da atividade física regular em ação combinada, global e também local, ou seja,
“glocal”, de maneira inadiável e imediata, de forma intersetorial e, também,
multiprofissional. A adoção dessa perspectiva, de acordo com o Manifesto, implica em
dar absoluta prioridade à educação e em reduzir desigualdades de acesso aos bens
públicos no nível local, para se alcançar o objetivo global de se ter pessoas mais ativas
em comunidades mais saudáveis e solidárias.
Então, para se atingir esse objetivo desafiador, o caminho deverá ser o da inovação e da
tecnologia. Uma não funciona sem a outra. Embora a tecnologia possa favorecer uma
vida mais sedentária, pode também ser forte estratégia para motivar e incentivar as
populações para participarem de atividades físicas a nível local.
Um bom exemplo é o uso de plataformas digitais como solução para uma maior
conectividade. Isso se faz presente e necessário hoje tanto através do Plano de Ação
Global da OMS quanto através do Manifesto Internacional do CELAFISCS para que o
global se sintonize cada vez mais com o local através de propostas inovadoras que
podem vir dos vários setores da sociedade. A ferramenta tecnológica é crucial nos dias
de hoje para se mobilizarem as diversas partes da sociedade no sentido de conclamar
todos para urgência e emergência dessa ação glocal.
Com essas medidas verifica-se cada vez mais a relevância da valiosa orientação do
profissional de Educação Física, que tem papel essencial nessa Chamada para Ação.
Devido ao seu amplo conhecimento da prática da atividade física sistemática, é
justamente o profissional de Educação Física que pode trabalhar glocalmente: não
somente em nível global (junto a órgãos públicos em nível municipal, estadual e federal,
empresas privadas, instituições não-governamentais), mas também em nível local, junto
à população, às comunidades, aos grupos locais, e às pessoas.
Agradeço sua atenção.

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